Fonologia e prosódia
Participants
Remildo Barbosa da Silva
UFAL
Doctoral candidate and Master in Linguistics by the Postgraduate Program in Linguistics and Literature, Faculty of Arts, Federal University of Alagoas – Ufal, having worked in the line of research in Linguistics Theory and Analysis, with an emphasis on prosody, phonetics and phonology. He is a member of the Brazilian Association of Linguistics (Abralin) and member of the research group Studies in Phonetics and Phonology (fonUFAL). He holds a degree in English Language Arts from Ufal and a major in Portuguese Language Arts and its respective Literatures at the State University of Alagoas-Uneal.
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A MENTIRA TEM PERNA CURTA? PISTAS PROSÓDICAS NA IDENTIFICAÇÃO DE DISCURSO ENGANOSO
São poucos os estudos linguísticos que procuram investigar características do discurso mentiroso. A maioria deles centra-se em reações de ordem fisiológica ou psicológica. O foco desta pesquisa foi investigar o papel da prosódia, especificamente a latência e a pausa, na caracterização do discurso mentiroso em oposição ao discurso verdadeiro. Informações transmitidas pela fala não são compreendidas apenas pela decodificação de palavras, mas também pela compreensão das atitudes dos falantes, isto é, a elocução é moldada pela prosódia, componente primordial da fala, que atua para um completo entendimento da informação. Esses elementos podem contribuir de forma significativa na compreensão de como se caracteriza a fala nas duas versões de enunciados, tornando-se úteis a diversas áreas, como a Fonética Forense e a Comunicação. Os dados utilizados neste estudo consistem em gravações em áudio de falantes nativos do português do Brasil. Eles foram analisados por meio do aplicativo computacional Praat. A partir da análise dos dados, encontramos padrões temporais específicos para cada uma das duas versões de enunciados postas em análise.
Palavra-chaves: Palavras-chave: Prosódia, enunciado, mentira.
Adelaide Hercilia Pescatori Silva
UFPR
Full professor at the Department of Literature and Linguistics at UFPR, I work with phonetics and phonology, focusing on the commensurability between the two disciplines. To do so, I take speech as a complex adaptive system and use the acoustic analysis of speech data. More recently, as a result of the last postdoc, I have also been in the natural language processing area.
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CRIT’ÉRIOS FONOLÓGICOS PARA ETIQUETAMENTO DE UM CORPUS DE LÍNGUA ESCRITA
Este trabalho apresenta um conjunto de etiquetas formuladas para o tratamento de um corpos de língua escrita visando ao aprendizado, por máquina, de padrões de “erros” ortográficos para a construção de um sistema que simule tais “erros”. As etiquetas foram propostas tomando-se por base o sistema fonológico do PB, e contemplam estrutura silábica, estrutura acentual, restrições fonotáticas de boa formação de sequências grafo-fônicas. Parte-se da hipótese de que as etiquetas devem poder dar conta das produções textuais de crianças de terceiro e quinto anos do Ensino Fudamental que constituem o corpus sob análise e que, a partir do etiquetamento dos dados iniciais o sistema possa proceder ao etiqueamento de novos dados para descrever e explicar as produções textuais de outros escreventes.
Palavra-chaves: estrutura fonológia; etiquetas; textos; aprendizado de máquina
Pietra Cassol Rigatti
UFSC
Pietra has a degree in Letters and a Master in Letters from UFRGS. She is currently pursuing a PhD in Linguistics at UFSC in the Psycholinguistics research line under the supervision of Prof. Dr. Mailce Borges Mota. She studies bilingualism, multilingualism, lexical access and learning to read. She is interested in executive functions, reading comprehension, eye tracking, electroencephalography and fNIRS. She is a member of the Language and Cognitive Processes Laboratory (LabLing). She has been promoting Linguistics on Instagram on the Lingua Ciência profile since 2019.
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UM PANORAMA SOBRE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Coautora: Mailce Borges Mota
O objetivo deste trabalho é apresentar um recorte da revisão de literatura de tese de doutorado em andamento sobre leitura em português brasileiro por falantes nativos de crioulo haitiano, em que a consciência fonológica tem um papel importante. Quarenta artigos e capítulos que tratam desse construto foram analisados. As definições de consciência fonológica e fonêmica foram comparadas; consciência fonológica é composta de um fator linguístico e um metalinguístico, se desenvolve gradualmente, interage com outras cognições e, sozinha, não é suficiente para o aprendizado da leitura. Dos trabalhos que apresentaram resultados experimentais, 24 apontaram relação positiva entre habilidades de leitura e consciência fonológica. Apenas 4 estudos indicaram a ausência de associação. Conclui-se que os termos “consciência fonológica” e “consciência fonêmica” ainda são usados de forma intercambiável apesar de se referirem a construtos diferentes e que consciência fonológica parece ter uma relação positiva, dinâmica, interativa e não linear com habilidades de leitura e outros construtos (meta)linguísticos e cognitivos em diversas línguas com sistemas de escrita variados. Por fim, ainda há espaço para estudos sobre este tópico em contexto de sistemas de escrita não alfabéticos.
Palavra-chaves: consciência fonológica. leitura. consciência fonêmica. sistemas de escrita
Verônica Penteado Siqueira
USP
Graduated in Letters – Portuguese/Linguistics from the University of São Paulo. Master in Linguistics from the University of São Paulo. Doctoral student in the graduate program at the Department of Linguistics of the University of São Paulo, with the project “Synchronization in speech: durational, pragmatic and visual aspects in joint and synchronized speech”, supervised by Profa. Dr. Beatriz Raposo de Medeiros. During Scientific Initiation, also supervised by Profa. Beatriz, investigated the similarities and differences between linguistic and musical cognition. In the Master’s, she developed a synchronized speech experiment, in which the possible interference of the semantic expectation break in the speech synchronization task is observed. In the Doctorate, she continues her investigations into speech synchronization. She has served as a member of the Phonetics Study Group (GEF) since 2014.
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FALA SINCRONIZADA E EXPECTATIVA SEMÂNTICA: UM ESTUDO SOBRE A INTERAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO DA FALA E O NÍVEL SEMÂNTICO DA LINGUAGEM
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir os resultados de um experimento de fala sincronizada em interação com o nível semântico da linguagem. A problemática a respeito da sincronização da fala é a seguinte: é possível que a produção da fala, observada a partir da tarefa de sincronização da fala, sofra interferência do nível semântico, observada a partir da quebra de expectativa semântica? Considera-se a fala sincronizada um tipo de fala produzida em condições experimentais, em que dois participantes leem o mesmo texto ao mesmo tempo (CUMMINS, 2018). O termo “quebra de expectativa semântica” refere-se a um fenômeno em que os falantes criam uma expectativa a respeito do que virá no texto, com base no contexto criado (KUTAS; HILLYARD, 1980; FRANÇA, 2002). O experimento envolve a leitura sincronizada de textos, em duas condições: original (TO), em que não há quebra de expectativa semântica, e alterada (TA), em que há quebra de expectativa semântica. Nossa hipótese é de que há diferença entre as condições, em função da interação entre a produção da fala e o nível semântico da linguagem. Os resultados indicam algumas tendências: distribuições assimétricas, maior dispersão entre os dados da condição alterada (TA) e ocorrência de outliers, em especial na condição alterada (TA). Isso sugere que a quebra de expectativa semântica, embora não afete a média da assincronia, influencia a variância dessa duração e a estabilidade da sincronização.
Palavra-chaves: Fonética. Fala sincronizada. Expectativa semântica. Interação.
Letícia Santiago Ferreira
USP
Graduating in Linguistics at the University of São Paulo, she develops scientific initiation research in the area of segmental phonology and prosodic phonology, with special interest in linguistic contact and in the comparison between the variety of Portuguese.
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DITONGOS NO PORTUGUÊS DO LIBOLO, ANGOLA: COMPARAÇÕES COM O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Este trabalho tem como objetivo a análise dos ditongos no português falado no Libolo (Angola) e a investigação das semelhanças e diferenças entre esta variedade e o que é descrito na literatura sobre ditongos no Português Brasileiro. A partir da análise dos dados, retirados de um corpus de fala espontânea, os resultados obtidos revelam a produtividade do processo de monotongação na variedade de português do Libolo, observado principalmente nos dados verbais e nos dados verbais monossilábicos, apresentando semelhanças e diferenças com o que já foi descrito sobre o Português Brasileiro.
Palavra-chaves: fonologia. línguas em contato. ditongos
Laís Rodrigues Silva Bockorni
UESB
Laís Rodrigues Silva Bockorni is a Master’s student at the Postgraduate Program in Linguistics at the State University of Southwest Bahia (UESB) and has a degree in Vernacular Languages from the same institution. She has a scholarship from the State of Bahia Research Support Foundation (FAPESB).
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O FORMATO PROSÓDICO INICIAL DE DOIS PARES DE GÊMEAS: PONTOS DE (DES)ENCONTROS
Coautora: Maria de Fátima de Almeida Baia
Neste estudo temos o objetivo de investigar os pontos de (des)encontros no desenvolvimento do formato prosódico inicial por dois pares de crianças gêmeas da cidade de Vitória da Conquista (BA). Temos, como paradigma norteador, os Sistemas Adaptativos Complexos (SAC), visto que a língua em desenvolvimento é dinâmica, aberta à influencias externas de input e com variabilidade inerente ao percurso (THELEN; SMITH, 1994). Propomos, com base em Vihman (1996), que o desenvolvimento de aspectos rítmicos é emergente, sendo o controle acentual estabilizado durante o primeiro ano de vida, com variabilidade no uso de contornos entoacionais por motivos comunicacionais. Hipotetizamos, considerando estudos sobre desenvolvimento linguístico de gêmeos (CHAN, LOWIE, DE BOT, 2014), que apesar de diferentes trajetos, o desenvolvimento do formato prosódico de crianças gêmeas não apresentará divergências expressivas. Nossos dados foram coletados de maneira naturalística e longitudinal, de dois pares de crianças gêmeas: Bg e Mg (1;0-2;0) e Eg e Rg (1;5-2;6). Apesar de diferenças na quantidade total de tokens produzidos por cada gêmea, todas apresentarem preferência pelo uso de monossílabos. Observamos um ponto de desencontro em relação aos dissílabos, com a preferência de uso de iambos (WS) por Bg e Mg e de troqueus (SW) por Eg e Rg. Ressaltamos, então, a variabilidade inerente ao desenvolvimento linguístico e rítmico que estende-se para a interação dos sujeitos em desenvolvimento no uso da língua.
Palavra-chaves: Desenvolvimento prosódico. Sistemas Adaptativos Complexos. Desenvolvimento de Gêmeos.
Lissa Pachalski
UFPel
Lissa Pachalski
UFPel
Doctoral student in Letters at the Federal University of Pelotas (UFPel). Master in Arts and Degree in Pedagogy from UFPel. She was a Scientific Initiation Scholar (BIC / CAPES, 2014-2016; PIBIC / CNPq, 2016-2017) in the Study Group on Written Language Acquisition (GEALE / CNPq / PPGE / UFPel).
Currently, she continues developing research activities with GEALE, with an emphasis on the following topics: acquisition of writing; phonological acquisition; phonology and spelling; spelling complex syllables in initial writing; literacy and literacy.
She also works voluntarily as a pedagogue in the Vida Plena Community Development Program, where she coordinates projects related to literacy and literacy for children in a context of social vulnerability.
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ASSIMETRIAS ENTRE A FONOLOGIA INFANTIL E A FONOLOGIA ADULTA: O CASO DAS CODAS MEDIAIS NASAL E LATERAL
Coautora: Ana Ruth Moresco Miranda
Temos como objetivo discutir a representação fonológica das codas mediais do Português Brasileiro, tanto do ponto de vista do sistema infantil quanto do sistema adulto, e também, por consequência, daquilo que chamamos de “fonologia do sistema ortográfico”. Fazemos isso por meio da análise de grafias produzidas por crianças em fase de aquisição da escrita, estudantes de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental. Defendemos que as crianças interpretam a composição da rima ramificada de forma distinta de como a interpreta o sistema adulto, cuja gramática fonológica está refletida no sistema ortográfico. Essa hipótese, levantada originalmente por Miranda (2009a, 2009b, 2012, 2018, 2019) e também defendida por Pachalski (2020), sugere que a fonologia infantil interpreta apenas /R/ e /S/ como segmentos licenciados para a coda. Em relação àquilo que para os adultos seriam um segmento lateral e um segmento nasal em coda (cf. BISOL, 1999), para as crianças seriam, respectivamente, um glide em núcleo ramificado (derivado de vogal alta), formando um ditongo com a vogal antecedente, e uma vogal nasal em núcleo simples. No entanto, o contato com a informação gráfica – a aquisição da escrita – criaria uma espécie de conflito cognitivo que pode vir a gerar uma mudança representacional no sistema infantil, alinhando-o, por assim dizer, ao sistema adulto (KARMILOFF-SMITH, 1994; MIRANDA, 2017; PACHALSKI, 2020).
Palavra-Chaves: Coda medial. Sílabas complexas. Aquisição da escrita. Fonologia e ortografia. Mudança representacional.