Aquisição da linguagem – I
Participantes
Marlete Sandra Diedrich
UFP
Professora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo – RS.
Comunicação oralAquisição da linguagem – I
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A NARRATIVA DA CRIANÇA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19: DESLOCAMENTOS NO SIMBÓLICO DA LINGUAGEM
Esta comunicação tem como tema a constituição da criança no simbólico da linguagem, a partir da análise de construções metafóricas e metonímicas nas narrativas de eventos, reais ou imaginários, produzidas por crianças de três a seis anos de idade no contexto da pande-mia de Covid-19, tema de projeto de pesquisa em andamento. O objetivo do projeto é des-crever tal constituição por meio da análise das construções metafóricas e metonímicas mo-bilizadas nas narrativas das crianças que participam da pesquisa, um universo de dez crian-ças dentro da faixa etária informada. Os dados de linguagem são gerados em situações natu-ralísticas de interação espontânea, gravados e transcritos para se proceder à análise pelos pesquisadores envolvidos. Assume-se a perspectiva teórico-metodológica da abordagem enunciativa aquisicional (SILVA, 2009), a qual considera o dispositivo teórico-metodológico (eu-tu/ele)-ELE. Esse dispositivo comporta a criança (eu), o outro de seu con-vívio (tu), a língua (ele) e a cultura (ELE). A criança, ao deslocar-se nessa estrutura, é constituída pela língua-discurso ao mesmo tempo em que a constitui.
Palavra-chaves: Aquisição da linguagem. Covid-19. Narrativas.
Fernanda Martins Moreira
Unesp
Fernanda Martins Moreira
Unesp
Mestre e doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa na Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (FCLAr), na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), Campus de Araraquara, na linha Análise Fonológica, Morfossintática, Semântica e Pragmática, com foco em Aquisição de Linguagem. Membro do grupo de pesquisa GEALin da FCLAr-Unesp e do grupo NALingua/CNPq sob a orientação da professora doutora Alessandra Del Ré. Graduada em Letras – português/inglês na Universidade de Franca-Unifran. Coordenadora e professora de inglês no CCI Centro de Comunicação Inglesa, na cidade de Ipuã, São Paulo. Coordenadora voluntária do projeto Teaching Without Borders, dentro da organização humanitária Fraternidade Sem Fronteiras, oferecendo aulas de inglês aos acolhidos pela ONG em Moçambique, Senegal e Madagascar, além de cursos aos colaboradores da sede em Campo Grande (MS) e Boa Vista (RR).
Comunicação oralAquisição da linguagem – I
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UM OLHAR PARA O PROCESSO DE AQUISIÇÃO/APRENDIZAGEM DE SEGUNDA LÍNGUA EM UMA ESCOLA DE IDIOMAS: O PAPEL DO GENERO, DOS FORMATOS E DA MULTIMODALIDADE
Coautora: Alessandra Del Ré
O objetivo desta pesquisa é buscar compreender os processos de aquisição/aprendizado de uma criança que desde 1 ano e 3 meses de idade faz aulas particulares de inglês em uma escola de idiomas. O caso estudado se distingue dos contextos das escolas bilíngues e das escolas de idiomas, entre outros fatores, pelo fato de a interação entre criança-professora ocorrer sempre em inglês, de ser apenas uma criança na sala de aula e de haver uma proposta de interação mais próxima da criança, com atividades lúdicas etc. A partir da perspectiva dialógico-discursiva (BAKHTIN, 1995, DEL RÉ et al, 2014) e, ainda, considerando os gêneros do discurso em diálogo com a noção de formatos (BRUNER, 1975, 1978, 1985, 2007) e a multimodalidade (CAVALCANTE, 2015, 2019) observamos e discutimos os elementos presentes na interação e na constituição desse sujeito entrando na segunda língua. A transcrição dos dados foi feita a partir das normas CHAT do programa CLAN, fornecido gratuitamente pela base de dados CHILDES (MACWINNEY, 2000) e foram analisados dados entre 2;10 anos e 3;7 anos. Os resultados mostram elementos presentes nessa interação que servem de apoio para que o processo de aquisição/aprendizagem da segunda língua aconteça. Os gêneros e os formatos alicerçam a entrada na L2 com uma interação muito próxima daquela da esfera familiar, como a afetividade, proximidade entre a criança e a professora, a liberdade de escolha, entre outros.
Palavra-chaves: Interação. Aquisição/aprendizagem. Gênero. Formato. Multimodalidade.
Rita de Cássia Gomes
USP
Possui licenciatura em Letras Francês pela Universidade Federal de Viçosa, mestrado em Letras (Língua e Literatura Francesa) pela Universidade de São Paulo (USP) e encontra-se na fase final do doutorado na mesma instituição. É professora do Magistério Superior, no Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, atuando na área de língua francesa, culturas francófonas e formação docente.
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REFLEXÃO-NA-AÇÃO, SOBRE A AÇÃO E PÓS-AÇÃO: DA PROBLEMÁTICA DO ORAL EM SALA DE AULA A UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DOCENTE
Neste artigo apresento os resultados de uma pesquisa realizada em nível de doutorado, cujo objetivo foi investigar as implicações de uma formação docente em três etapas para o trabalho de uma professora de francês no que concerne ao favorecimento de interações simétricas em grupos de aprendizes iniciantes. A pesquisa foi realizada em uma escola de aplicação localizada na Zona da Mata mineira e a primeira etapa (concepção) consistiu em um curso teórico-prático sobre a temática da interação em sala de aula. Na segunda etapa, houve a implementação, pela docente-participante, de atividades de produção oral (PO) elaboradas durante a formação, em seu contexto concreto de atuação. Nas etapas de concepção e implementação, a docente-participante efetuou reflexões-na-ação (SCHÖN, 2000) e sobre a ação (PERRENOUD, 2012) pedagógica pela realização de ações características do fazer docente e por meio de relatos escritos e orais por ela efetuados. Na terceira etapa da pesquisa (avaliação) foi realizada uma entrevista em autoconfrontação (CLOT, [1999], 2018, 2001; 2004; FAÏTA, 2007) e o diálogo entre a pesquisadora-formadora e a docente-participante deu origem a reflexões-pós-ação. A análise revelou uma aprendizagem cíclica (ALARCÃO, 2011) e contínua pela docente-participante. Neste artigo apresento aspectos do agir da docente-participante relativos ao trabalho por ela realizado com o grupo do primeiro ano do Ensino Médio durante a pesquisa/formação.
Palavra-chaves: Formação docente. Reflexão. Atividades didáticas.
Ana Luísa Coletti Ricci
UNESP - FLCAr
Ana Luísa Coletti Ricci
UNESP - FLCAr
Mestre em Linguística e Língua Portuguesa pelo Programa de Pós-Graduação da UNESP – FLCAr, com pesquisa na área de Aquisição da Linguagem e Argumentação, com dissertação defendida em 2020. Cursou Letras (licenciatura e bacharelado) na UNESP/Araraquara, com habilitação em francês e língua portuguesa. Atualmente cursa licenciatura em língua inglesa, pela mesma universidade. Escritora, possui quatro romances policiais publicados: Morte na Ópera (2011), O Sacrifício (2012), Diamante Negro (2014) e Nêmesis (2015) publicado em versão digital pela Amazon. É membro da Academia Araraquarense de Letras e Associação dos Escritores de Araraquara.
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A ARGUMENTAÇÃO NA FALA DA CRIANÇA: UMA ABORDAGEM DIALÓGICO-DISCURSIVO
Coautoras: Profa. Dra. Alessandra Del Ré, Pro. Dra. Alessandra Jacqueline Vieira
Este artigo busca analisar os enunciados argumentativos produzidos por uma criança. Para tanto, retoma-se aqui os trabalhos realizados na área da Aquisição da Linguagem (DEL RÉ et al., 2014a, 2014b), sob a luz da teoria dialógico-discursiva (BAKHTIN/VOLÓCHINOV, 2017; BAKHTIN, 2013, 2016) e dos estudos de Selma Leitão (1999, 2001 , 2007a, 2007b, 2010; LEITÃO, BANKS-LEITE, 2006a; LEITÃO, FERREIRA, 2006a, 2006c; LEITÃO, VIEIRA, 2017, 2018) acerca da Argumentação. Para as discussões propostas, analisaremos a produção linguageira oral de uma criança (S. – 2; 1 a 3; 8 anos), em interação com o(s) outro(s), especialmente seus enunciados argumentativos. Tais dados foram transcritos através do programa CLAN, segundo as regras da ferramenta CHAT (MACWHINNEY, 2000), que possibilitam grande detalhamento das produções. Os resultados apontam que a criança argumenta, a partir de situações de polêmica aberta, em que há oposição explícita e quando há necessidade (e possibilidade) de negociação no e pelo discurso, desde muito pequena, em nosso caso, aos dois anos e um mês de idade.
Palavra-chaves: Abordagem dialógico-discursiva. Argumentação. Aquisição da Linguagem. Multimodalidade.
Giovane Fernandes Oliveira
UFRGS
Doutorando em Estudos da Linguagem, vinculado à linha de pesquisa ‘Análises Textuais, Discursivas e Enunciativas’, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduado em Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa, Língua Francesa e suas Literaturas pela mesma instituição (2016). Realizou um semestre de mobilidade acadêmica na Université de Rouen (França), onde cursou disciplinas na graduação em Sciences du Langage – Français Langue Étrangère e no mestrado em Sciences du Langage – Diffusion du Français (2015). Seus interesses de pesquisa circunscrevem-se a três campos do saber: (1) Epistemologia da Linguística, com foco nos legados de Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste; (2) Aquisição da Linguagem, com foco na aquisição da fala e da escrita em língua materna a partir da perspectiva enunciativa benvenistiana; (3) Estudos do Letramento, com foco em leitura, produção textual e oralidade letrada nos letramentos escolar e acadêmico. Membro da Abralin (Associação Brasileira de Linguística). Membro colaborador do GT ‘Estudos em Aquisição da Linguagem Oral e Escrita’ da Anpoll (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística). Membro do grupo de pesquisa interinstitucional NALíngua (Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem). Editor do site ‘Estudos Saussurianos e Estudos Benvenistianos’ (https://www.ufrgs.br/saussure-benveniste/). Organizador do livro ‘O universo benvenistiano: enunciação, sociedade, semiologia’ (Pimenta Cultural, 2020).
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Resumo » Giovane Fernandes Oliveira
O VIR A SER ESCREVENTE: A CRIANÇA ENTRE AS CONVERSÕES SISTEMA-DISCURSO E FALA-ESCRITA NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA
Este artigo tem três objetivos. O primeiro objetivo consiste em problematizar a ideia de Silva (2009) de que a criança, em sua constituição como falante, converte o discurso em sistema e o sistema em discurso. O segundo objetivo consiste em investigar a noção de “conversão” na teoria da linguagem de Émile Benveniste, mais especificamente em sua teorização enunciativa e em sua teorização semiológica. O terceiro objetivo consiste em produzir, a partir das ideias de Benveniste e de Silva sobre a noção de “conversão”, uma reflexão acerca da aquisição da escrita, com base em dados de duas crianças acompanhadas durante dois anos e seis meses. Os resultados indicam que: (1) se o falante/escrevente constituído opera a conversão do sistema em discurso, o falante/escrevente em constituição precisa operar, antes, a conversão do discur-so em sistema; (2) a criança opera tais conversões na enunciação enquanto estrutura que a in-clui como locutor (“eu”), o outro como alocutário (“tu”), a língua (“ele”) como sistema e dis-curso situados na cultura e a cultura (“ELE”) como conjunto de valores, de prescrições e de interdições que determinam os modos de enunciação; (3) nessa estrutura, a criança vai conver-tendo o discurso – falado e escrito – do outro em sistema próprio, até se tornar capaz de con-verter esse sistema em discurso próprio; (4) é, pois, o discurso do outro que promove a criança à condição loquens/scriptor.
Palavra-chaves: Conversão. Aquisição da escrita. Émile Benveniste.
Mediador(a)
Márcia Romero
UNIFESP
Márcia Romero
UNIFESP
Possui doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pesquisadora vinculada à UNESP (membro do grupo CNPq NALingua). Tem experiência nas áreas de Linguística e Língua Portuguesa, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, interessando-se por temas relacionados à Linguística da Enunciação, Semântica lexical, Aquisição de Linguagem e ao Ensino e Aprendizagem de línguas. Com financiamento da FAPESP e de acordos de cooperação franco-brasileiros, tem participado de pesquisas junto a diferentes instituições francesas. Além das missões de pesquisa realizadas no período, foi professora visitante na Universidade d’Angers e na Universidade Paul Valéry (Montpellier III), ambas na França.