Desenvolvimento atípico
Participantes
Jan Edson Rodrigues Leite
UFPB
Professor Associado de Linguística e Língua Portuguesa da UFPB. Doutor em Linguística pela UFPE e pós-doutor em Linguística Cognitiva pela University of Louisiana at Lafayette (EUA). Coordena pesquisas no Laboratório de Compreensão Neurocognitiva da Linguagem (LACON), investigando os temas de Cognição Social, Semântica Cognitiva, Compreensão e Déficits de Linguagem e Cognição Espacial.
Comunicação oralDesenvolvimento atípico
Resumo » Jan Edson Rodrigues Leite
COMPREENSÃO DA REFERÊNCIA ESPACIAL POR FALANTES COM E SEM COMPROMETIMENTO COGNITIVO
Coautoras: Michele I Feist, Mábia N Toscano
Esta pesquisa examina de que forma os falantes do Português Brasileiro interpretam a representação linguístico-visual de cenas locativas, nas quais dois objetos estão dispostos em relações espaciais diferentes. Os participantes foram distribuídos em três grupos: idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL) ou moderado; idosos sem CCL; e jovens sem CCL. Para demonstrar a possível correlação entre o declínio cognitivo dos idosos e alterações na compreensão linguístico-visual da espacialidade, conduzimos um estudo-piloto sobre a resolução da ambiguidade de cenas espaciais, cuja interpretação é feita pela adoção de um “Ponto de Vantagem” sobre a relação Figura-Fundo e pela aplicação de um “Frame de Referência” espacial. Ao comparar grupos com idades diferentes, pretendemos monitorar como estes dois domínios cognitivos estão preservados no processo de envelhecimento e verificar como os déficits provocados pela demência afetam a descrição linguística de espaço. Nossos resultados preliminares descrevem os custos de processamento das informações espaciais, que foram consideravelmente mais altos em grupos com maior faixa etária e com comprometimento cognitivo, e indicam uma manutenção no tipo de Frame aplicado pelos grupos para resolver a ambiguidade espacial. Além disso, encontramos uma preferência geral do falante do Português Brasileiro por um Frame de Referência diferente daquele adotado por outras línguas de origem europeia.
Palavra-chaves: Cognição Espacial. Comprometimento Cognitivo. Frame de Referência. Linguagem.
- Comunicação oral
Desenvolvimento atípico
Resumo » Ivonaldo Leidson Barbosa Lima
ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA SÍNDROME DE DOWN: A ATENÇÃO CONJUNTA EM FOCO
Coautores: Isabelle Cahino Delgado; Cássio Kennedy de Sá Andrade; Ediclécia Sousa de Melo; Marilene Gomes de Sousa Lima; Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante
O processo de aquisição da linguagem pode ser impactado em crianças com síndrome de Down, uma condição genética que provoca um atraso no desenvolvimento infantil. A atenção conjunta é uma habilidade sociocognitiva que se relaciona com o desenvolvimento da lingua-gem. Desse modo, este estudo objetivou analisar os estudos a respeito da atenção conjunta no desenvolvimento da linguagem na síndrome de Down. Para isso, foi realizada uma revisão da literatura em bases de dados nacionais e internacionais, a fim de identificar estudos originais acerca dessa temática. Inicialmente, foram obtidos 668 artigos. Mas após a aplicação dos critérios de elegibilidades, foram selecionados 12 estudos. Verificou-se uma análise do desenvolvimento de crianças com síndrome de Down em comparação com o de crianças com neurotípicas ou com Transtorno do Espectro Autista, além da participação dos pais em algumas pesquisas. A análise de filmagens e as avaliações foram as propostas metodológicas mais realizadas nos estudos, e o vocabulário infantil o elemento mais investigado junto ao engajamento conjunto. Há evidências de que a atenção conjunta é uma habilidade potencial na síndrome de Down e que possui relações com o desenvolvimento de outras habilidades cognitivas, motoras e linguísticas.
Palavra-chaves: Linguística. Aquisição da linguagem. Multimodalidade. Síndrome de Down. Atenção conjunta.
Jean Carlos da Silva Gomes
UFRJ
Doutorando e Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Licenciado e Bacharel em Letras: Português-Espanhol pela mesma universidade. Professor substituto de Língua e Literatura em Espanhol na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Principais interesses de pesquisa residem em neurolinguística, comprometimento linguístico de tempo e aspecto em patologias da linguagem, aquisição de L2, ensino de espanhol como língua estrangeira.
Comunicação oralDesenvolvimento atípico
Resumo » Jean Carlos da Silva Gomes
THE LINGUISTIC IMPAIRMENT OF THE PERFECT ASPECT IN ALZHEIMER’S DISEASE AND LOGOPENIC PRIMARY PROGRESSIVE APHASIA
Coautoras: Adriana Leitão Martins, Fernanda de Carvalho Rodrigues
This work aims to investigate the syntactic representation of the perfect aspect. Therefore, we sought to verify a possible linguistic impairment of this aspect in individuals diagnosed with Alzheimer's Disease (AD) and Primary Progressive Logopenic Aphasia (LPPA). A double case study was carried out with one patient with AD and another with LPPA. The methodology consisted of applying functionality tests, neuropsychological tests, and linguistic tests. The results indicated that both the AD patient and the LPPA patient present functional decline and cognitive impairment, with the degree of impairment of the first patient being more extensive than that of the second in both cases. Regarding language, the patient with AD showed impairment with all four types of perfect, present tense, and imperfective aspect, whereas the LPPA patient has shown impairment only in perfect of
recent past and present tense. Based on the results we propose the existence of a phrase to perfect of recent past and that the temporal phrase dominates the perfect phrases in the syntactic hierarchy.Keywords: Perfect aspect. Syntactic representation. Alzheimer’s Disease. Logopenic Primary Progressive Aphasia. Linguistic impairment.
José Temístocles Ferreira Júnior
UFPB
Graduado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba, possui mestrado e doutorado em Linguística pela UFPB, com período de doutorado sanduíche pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e atua no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (PROGEL-UFRPE).
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Resumo » José Temístocles Ferreira Júnior
OBSERVAÇÕES SOBRE AS CATEGORIAS DE TEMPO E ESPAÇO NA ENUNCIAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA
À luz da teoria enunciativa de Benveniste (1988, 1989), procuramos formular alguns princípios que norteiam a abordagem dos fatos enunciativos. Com o intuito de buscar compreender a organização e o funcionamento das categorias de espaço e tempo na enunciação da criança autista, iremos analisar esses aspectos e o modo com que se manifestam no quadro semiótico e semântico da língua-discurso. Para isso, faremos uma análise qualitativo-interpretativista de um corpus formado por dados de interação entre uma criança autista (na faixa etária de 18 a 42 meses) e diferentes parceiros em situações clínica e naturalística, disponível no trabalho de Maia (2011). Partimos do princípio de que a organização e o funcionamento das categorias de tempo e espaço são irredutíveis ao sistema semiótico da língua e podem se manifestar por meio de outros sistemas semiológicos. Os resultados de nossas análises mostram que as categorias de tempo e espaço são atualizadas prioritariamente por meio dos gestos da criança autista nas cenas de interação discursiva observadas, o que pode sinalizar que os gestos assumem um estatuto diferenciado no quadro dos múltiplos sistemas semiológicos que a enunciação comporta. Nesse sentido, a partir da observação das cenas de interação entre a criança autista e um parceiro discursivo, é possível perceber diferentes modos de apropriação das dimensões espaço-temporais da língua-discurso e de instauração da singularidade.
Palavra-chaves: Categorias de espaço e tempo. Enunciação. Criança autista.
- Comunicação oral
Desenvolvimento atípico
Resumo » Suenia Roberta Vasconcelos da Silva
A CATEGORIA DE TEMPO NA ENUNCIAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA
Coautor: José Temístocles Ferreira Júnior
O presente trabalho tem por objetivo discutir a categoria de tempo na enunciação da criança autista, com vistas à compreensão da singularidade do ato discursivo e dos modos de engajamento da criança autista em seu discurso. O sujeito falante assume a sua posição de locutor no discurso para promover a emergência da enunciação (FERREIRA JÚNIOR, 2014; FERREIRA JÚNIOR et al., 2020). Na categoria de tempo, a referência toma por base o presente ligado ao exercício de fala (BENVENISTE, 2020 e 2006; FLORES, 2019). Esta é uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, baseada em observações de enunciados que foram selecionados do banco de dados do laboratório de linguagem do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco e analisados por meio do programa Eudico Linguistic Anotator (ELAN), os quais compõem o corpus da pesquisa. Este trabalho está fundamentado na Teoria da Enunciação de Émile Benveniste (2020 e 2006), o qual compreende que o homem está na linguagem e, ao se apropriar da língua, se propõe como sujeito na relação com o outro por meio de índices específicos e de procedimentos acessórios. Iremos problematizar justamente aspectos enunciativo-referenciais subjacentes à categoria de tempo (índice específico) e alguns mecanismos de sintagmatização mobilizados para atualização da categoria (procedimentos acessório). A partir da observação de índices específicos ligados à instauração da categoria de tempo na fala do autista.
Palavra-chaves: Sinonímia. Livro didático. Historiografia Linguística. Língua Portuguesa.
Mediador(a)
Ana Paula Martins Alves Salgado
UFRA
Graduada em Letras (UECE) e em Pedagogia (UFC). Mestre e doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará. Desenvolve pesquisas nas áreas de Aquisição, Desenvolvimento e Processamento da Linguagem, Psicolinguística Experimental, Linguística Aplicada e Avaliação da Aprendizagem. É membro dos grupos de pesquisa: Laboratório de Ciências Cognitivas e Psicolinguística (UFC); Laboratório de Investigação em Aquisição e Processamento da Linguagem – LABILIN (UFRA); Grupo de Estudos em Linguística e Formação Docente – GELFOR (UFRA). É membro efetivo da Comissão de Psicolinguística e Neurolinguística da Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN. Atualmente, é professora e vice-coordenadora do Curso de Letras/Língua Portuguesa (campus Belém) da Universidade Federal Rural da Amazônia.