Variação fonológica
Participantes
Lívia Majolo Rockenbach
UFRGS
Lívia Majolo Rockenbach
UFRGS
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRGS, na linha de pesquisa Fonologia e Morfologia, sob orientação da Profa. Dra. Elisa Battisti. A partir da perspectiva teórico-metodológica da sociolinguística variacionista, realiza estudos em torno da realização variável da vibrante em coda silábica no português brasileiro.
Comunicação oralVariação fonológica
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PRODUÇÃO E PERCEPÇÃO DO APAGAMENTO VARIÁVEL DE /R/ EM CODA SILÁBICA NO PORTUGUÊS DE PORTO ALEGRE (RS)
Coautora: Elisa Battisti
O artigo examina a produção, percepção e avaliação linguística do apagamento variável de /R/ em coda silábica no português de Porto Alegre (RS) (mulhe[ɾ]~mulhe[Ø], po[r]que ~ po[Ø]que) com base na Teoria da Variação (LABOV, 2008) e em teorias de percepção, atitude e avaliação linguística (LAMBERT et al., 1960, GILES; BILLINGS, 2004, PRESTON, 2003, ECKERT, 2004, 2005, 2008). A revisão de estudos anteriores (CALLOU; LEITE; MORAES, 2002, MONARETTO, 2002, OUSHIRO; MENDES, 2015) sugere que o apagamento de /R/ em coda esteja em progresso nas variedades de português brasileiro. Os objetivos do artigo são (1) esclarecer os fatores linguísticos e sociais correlacionados ao apagamento do /R/ em coda no português de Porto Alegre, (2) verificar se o apagamento possui significados sociais. Realizam-se duas análises: quantitativa com o software R, em dados de fala de 16 entrevistas sociolinguísticas do LínguaPOA (2015-2019); e um teste-piloto de percepção e avaliação linguística com a técnica dos estímulos pareados (LAMBERT et al., 1960). A análise quantitativa revela que o apagamento de /R/ em Porto Alegre é condicionado predominantemente por variáveis linguísticas e parece estar progredindo na comunidade. O teste-piloto indica que a variável faça parte de um sistema de significação social. O mapeamento do campo indexical dos significados sociais da variável (ECKERT, 2004, 2008) sugere que o apagamento indexa significados sociais relacionados a personae menos bonitas e menos jovens.
Palavra-chaves: Vibrante em coda silábica. Fonologia. Variação linguística. Percepção. Estilo.
Pedro Felipe de Lima Henrique
UFPB
Minibiografia – Licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Mestre e doutorando em Linguística pela mesma instituição. Professor de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Variação Fonológica.Comunicação oralVariação fonológica
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O PAPEL DO ESTILO NO USO DO /S/ PÓS-VOCÁLICO EM UMA AMOSTRA DE RECONTATO
Coautores: André Wesley Dantas de Amorim, Dermeval da Hora
Este estudo apresenta uma investigação sobre o efeito do estilo, sob a acepção laboviana (LABOV, 1966, 1972, 2001), no comportamento das fricativas coronais em coda medial e final de palavras nas gravações de seis falantes pessoenses. As gravações analisadas foram coletadas em 2015 pelo Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba – VALPB (HORA, 1993) – para a composição de uma amostra em tempo real do tipo painel (LABOV, 2001). Ainda em andamento, este estudo buscou investigar (i) se nas entrevistas de recontato, os seis falantes apresentam os mesmos padrões de uso identificados na comunidade pelos estudos de Hora (2003) e Ribeiro (2006), (ii) se há diferenças na distribuição do uso das formas entre as gravações, considerando as produções em contexto de entrevista, inquérito fonético e leitura; e (iii) se há alguma evidência de que os contextos favorecedores para a regra de palatalização se expandiram para além das oclusivas /t/ e /d/. Nossa análise preliminar sugere que, no geral, os informantes apresentaram um padrão parecido com o de sua comunidade no intervalo de 20 anos, o estilo “inquérito fonético” restringiu o uso da variante palatal em determinado contextos, corroborando a hipótese de Labov (1994), e outros segmentos além do /t/ e /d/ mostraram-se favorecedores ao processo de palatalização. Palavras-chave – Sociolinguística. Estilo. Fricativas coronais em coda silábica. Estudo de tempo real.
André Pedro da Silva
UPE/UFBA
André Pedro da Silva
UPE/UFBA
Doutor em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba, é professor da Universidade Federal da Bahia, e atua como professor colaborador no Programa de Pós-Graduação Profissional (PROFLetras) da UPE e da UFBA. Foi líder do Projeto de Pesquisa Relação entre Fala e Escrita (REFALES) de 2014 a 2020 e fez parte da Diretoria do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste (GELNE) nos biênios 2014-2016 e 2016-2018. Com experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atua principalmente nos seguintes temas: fonologia, variação linguística, fala e escrita, fonologia e ensino.
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O PROCESSO DE MONOTONGAÇÃO NA ESCRITA ESCOLAR
Coautor: Luis da Silva Souza
Neste trabalho, desenvolvemos um estudo sobre o fenômeno fonológico da monotongação, no âmbito do Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) da Universidade de Pernambuco, no ano de 2018. Buscamos, aqui, sobretudo, investigar como o fenômeno da monotongação ocorre na escrita de estudantes de 4º e 5º ano do ensino fundamental em escolas públicas localizadas em ambiente rural e em ambiente urbano. Para tanto, pudemos evidenciar, através dos dados obtidos, dentre os contextos linguísticos e extralinguísticos observados, os que mais favorecem a aplicação da regra da monotongação, no grupo pesquisado. Como metodologia para obtenção dos dados, aplicamos duas vezes a proposta de ditado mudo e em seguida a proposta da produção de texto a partir do gênero fábula. O corpus foi composto, portanto, de cento e vinte atividades realizadas por quarenta alunos de ambos os sexos. Os resultados da observação demonstram que o processo de monotongação está condicionado, no grupo estudado, principalmente, a fatores linguísticos.
Palavra-chaves: Monotongação. Sociolinguística. Desvio Ortográfico.
Luisa Godoy
UFVJM
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ONTEM EU NÃO SAIR: O GRAFEMA R FINAL EM VERBOS FLEXIONADOS
Coautora: Pâmella Pereira
O presente trabalho tem como objetivo aprofundar a análise de um fenômeno ortográfico observado recentemente no português brasileiro: a ocorrência do grafema R em final de verbos flexionados (sem o R na ortografia padrão). Os dados aqui analisados foram coletados em duas etapas: um levantamento assistemáticos de dezenas de prints em redes sociais, a partir do qual foram delineadas hipóteses explicativas, e um experimento controlado para a testagem de tais hipóteses acerca dos determinantes intralinguísticos e sociais do fenômeno. A análise dos resultados do experimento sugere que o fenômeno tem relação com uma percepção fonológica da tonicidade, e não é motivado por hipercorreção, como proposto em abordagens anteriores. O grafema R em verbos flexionados ocorre preferencialmente em oxítonos curtos (uma ou duas sílabas) e é produzido em geral por pessoas acima de 25 anos sem ensino superior. O grafema pode estar sendo usado como um diacrítico marcador de tonicidade, à semelhança do acento gráfico, uma vez que também ocorre com palavras de outras classes.
Palavra-chave: Ortografia. Grafema R. Hipercorreção. Tonicidade.
Giselda da Rocha Fagundes
UFPA
Possui graduação em Letras habilitação em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (2006), graduação em Secretariado Executivo pela Universidade da Amazônia (2015); especialização em Língua Portuguesa: uma abordagem textual (2008), Mestrado (2015) e Doutorado (2019) em Estudos Linguísticos, todos pela Universidade Federal do Pará. Atualmente é Secretária Executiva do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará. Foi bolsista SWP/CNPq UFPA / UNICAMP / UFES. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociolinguística, Dialetologia, Fonologia Experimental e Análise do Discurso.
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A OCORRÊNCIA DE VARIANTES DE VOZEAMENTO NAS VOGAIS ALTAS PRETÔNICAS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): UM ESTUDO EXPERIMENTAL DA FALA DE PAULISTAS
Esta pesquisa teve como objetivo verificar a existência de variantes de vozeamento das vogais altas pretônicas no Português Brasileiro. Para tal realizando a gravação de áudio de 06 (seis) informantes de São Paulo, sendo 03 (três) mulheres e 03 (três) homens, de 20 a 35 anos e com o ensino superior. O corpus para a análise acústica foi formado pela gravação, em cinco repeti-ções aleatorizadas, de vocábulos quadrissílabos e pentassílabos na frase veículo “Diga ____ logo”, totalizando de 1.440 frases, contendo os vocábulos alvo. Nossos resultados confirma-ram que, em contexto pretônico medial, os falantes realizam três variantes das vogais altas, a saber: vogais vozeadas, parcialmente vozeadas e desvozeadas, sendo as vozeadas de maior ocorrência, 55,62%. Foi possível observar também que houve diferença na realização das vari-antes entre: a vogal alta anterior e posterior; sujeitos do sexo feminino e masculino; quadrissí-labos e pentassílabos; e entre consoantes da sílaba alvo, porém, em sua maioria, prevalecendo a variante vozeada.
Palavra-chaves: Vogais altas pretônicas. Variantes de vozeamento. Análise acústica.
Mediador(a)
Gladis Massini-Cagliari
UNESP
Gladis Massini-Cagliari
UNESP
É Bacharel e Licenciada em Letras pelo Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp (1987), onde cursou também o Mestrado e o Doutorado em Linguística. Concluiu o Mestrado em 1991 e o Doutorado, em 1995. Fez Pós-Doutorado na University of Oxford, em 2002-2003. Em 2005, obteve a Livre-Docência em Fonologia, no Departamento de Lingüística, Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Campus de Araraquara, onde exerce atualmente a função de Professor Titular (concurso realizado em outubro de 2015). Suas atividades incluem a atuação como: coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP-Araraquara, de 2004 a 2007; Vice-Presidente do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo (biênio 2005-2007) e editora da revista Estudos Linguísticos (2005-2007); membro do Comitê de Avaliação da Capes, área de Letras e Lingüística (2005-2010); coordenadora do Grupo de Trabalho em Estudos Medievais da ANPOLL – Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística, de agosto de 2008 a julho de 2012; coeditora da revista Alfa (A1) (2012-2016). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Fonologia do Português: Arcaico & Brasileiro. Atuou como membro do Comitê Assessor da área de Letras e Linguística (CA-LL) do CNPq (2016-2019), tendo coordenado a área em 2019. Foi Pró-Reitora de Graduação da UNESP (gestão 2017-2020). É autora de 6 livros e organizadora de outros 8, tendo publicado diversos artigos em periódicos, capítulos de livros e textos completos em anais, no Brasil e no exterior, nas áreas de Linguística Histórica, Fonologia, Alfabetização. Sua pesquisa está concentrada principalmente na busca de pistas nos registros das cantigas medievais profanas e religiosas que permitam vislumbrar a história do ritmo e da prosódia do português, de suas origens até os dias de hoje.