Metáforas
Participantes
Dalby Dienstbach
UFF
Comunicação oralMetáforas
Resumo » Dalby Dienstbach
Como reconhecer uma metáfora quando você vê uma
A afirmação de que metáforas seriam algo entranhado na nossa vida cotidiana incorre na constatação de que esse fenômeno pode acontecer em virtualmente quaisquer territórios discursivos. Porém, não é em qualquer tipo de discurso que falantes encontram ou esperam encontrar expressões metafóricas. Nesse contexto, este estudo se propõe a investigar os mecanismos conceptuais que levam falantes comuns a associarem a ocorrência de metáforas a alguns gêneros textuais e não a outros. Ancorado no conceito de metaforicidade, as análises deste estudo se lançam i) ao levantamento da densidade metafórica e de recursos de metaforicidade em quatro corpora identificados com gêneros diferentes ‒ poema, capa de revista, artigo científico e bula de medicamento ‒; e ii) à sondagem da expectativa de falantes quanto à ocorrência de metáforas nesses gêneros. Os resultados das análises mostram uma correlação positiva entre densidade metafórica e a expectativa dos informantes quanto à ocorrência de metáforas em somente dois dos gêneros analisados; especificamente, poemas e capas. Por outro lado, a correlação entre recursos de metaforicidade e a expectativa dos informantes é positiva em todos os gêneros. Esses resultados afiançam a conclusão de que mais do que somente a ocorrência de metáforas em um texto, é a ocorrência de recursos de metaforicidade ‒ os quais permitiriam que elas fossem reconhecidas como tais ‒ que levam o falante a associar esse fenômeno com o gênero desse texto.
Palavra-chaves: Metáfora. Densidade metafórica. Metaforicidade.
- Comunicação oral
Metáforas
Resumo » Gladiston Alves da Silva
O COMANDO COGNITIVO DO PROCESSAMENTO DE METÁFORAS
As metáforas são processadas na mente humana mais lentamente que as expressões literais? A familiaridade, em vez da convencionalidade, pode servir de gatilho para acelerar o processo de compreensão? Grande parte dos autores, com base na convencionalidade do veículo metafórico, ou defendem que as metáforas são processadas mais lentamente que as expressões literais (SEARLE, 1979; JANUS e BEVER, 1985) ou defendem que metáforas são processadas em tempos equivalentes às expressões literais (GLUCKSBERG, 2003; RICCI, 2016). Entretanto, uma terceira onda teórica, também amparada na convencionalidade do veículo, propõe que, a depender do grau de convencionalidade do veículo metafórico, uma metáfora pode ser processada mais lentamente ou no mesmo tempo das expressões literais (BOWDLE e GENTNER, 2005). Nesse arcabouço, nosso estudo resgata a importância da familiaridade já indicada em outro estudo experimental (SILVA, 2018). Aqui, apresentamos evidências, com base em experimento psicolinguístico de leitura segmentada por nós conduzidos recentemente no Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Teórica e Experimental – GEPEX/UFF, de que o controle efetivo do processamento cognitivo da metáfora recai sobre a familiaridade da expressão e não sobre a convencionalidade do veículo, como vem sendo apontado pela maioria dos teóricos.
Palavra-chaves: Familiaridade. Convencionalidade. Processamento. Metáfora.
Rafahel Parintins
UFRN
Comunicação oralMetáforas
Resumo » Rafahel Parintins
ASPECTOS SOCIOCOGNITIVOS DE REPRESENTAÇÕES RACISTAS NA LINGUAGEM METAFÓRICA
O trabalho tem como objetivo discutir as interações entre aspectos conceptuais e histórico-culturais em representações racistas sobre pessoas negras. Essa exploração é realizada a partir dos estudos sociocognitivos da linguagem (SALOMÃO, 1999; KOCH; CUNHA-LIMA, 2004; MARCUSCHI, 2002; entre outros) e de estudos sócio-históricos do racismo (MUNANGA, 1999; 2003; COSTA, 2006; REGINALDO, 2018; entre outros). Neste artigo, apresentamos e discutimos argumentos, exemplos linguísticos e resultados analisados das pesquisas linguístico-cognitivas recentes de Vereza e Puente (2017) sobre a conceptualização do mal como escuridão e de Mendes (2016) sobre a representação do negro como macaco na linguagem em uso. A pesquisa de Vereza e Puente (2017) utiliza metodologias baseadas no levantamento de expressões linguísticas metafóricas (não) racistas nos textos bíblicos. A pesquisa de Mendes (2016) analisa comentários racistas da rede social Facebook e em textos dos séculos XIV a XX do Corpus do Português. Os resultados dessas pesquisas indicam que a representação negativa da escuridão e da cor preta tem forte base corpórea ou experiencial, enquanto a representação do negro como macaco tem uma base mais histórico-cultural. Com base nessas pesquisas, concluímos que aspectos conceptuais e histórico-culturais se imbricam de diferentes formas em representações racistas de pessoas negras.
Palavra-chaves: Cognição. Racismo. Metáfora.
Josie Helen Siman
UNICAMP
Comunicação oralMetáforas
Resumo » Josie Helen Siman
How we resist metaphors
Most people love metaphor, but we still sometimes find ourselves resisting their presence or meanings for various reasons. We resist metaphors both as a general strategy (e.g., “Metaphors are meaningless” or “Mixed metaphor are incoherent”), and a response to some metaphors in very specific situational and discourse contexts (e.g., “I do not like the idea that my cancer treatment is seen as a war against my body”). People resist metaphors they have produced, metaphors imposed on them by others, and metaphors that they find to be offensive or that negatively stigmatize other individuals, or groups of people. But metaphors are also resisted for their lack of explanatory power in, for instance, scientific communities. There are also many ironies associated with metaphor resistance, such as consciously resisting some metaphor while still being governed by that same metaphor in our unconscious thinking and actions. Most generally, though, metaphor resistance is its own kind of metaphorical action. Taking a dynamic systems approach to resistance to metaphors, we discuss several implications of these observations for theories of metaphorical thought and language.Keywords: Dynamical systems, Metaphor, Resistance, Unconscious Thinking, Mixed Metaphor, Irony, Metaphorical Action.Stella Maris Simões
FEPI
Stella Maris Simões
FEPI
Graduada em Letras, Mestre e Doutora em Ciências da Linguagem, coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário de Itajubá.
Comunicação oralMetáforas
Resumo » Stella Maris Simões
O “DIZER SOBRE” A CRISTALIZAÇÃO: O FUNCIONAMENTO DO CLICHÊ EM INSTRUMENTOS LINGUÍSTICOS
Este trabalho tem o objetivo de investigar o que é dito acerca de estruturas lin�guísticas consideradas fixas e desgastadas, nomeadas, por exemplo, como clichê, em alguns dicionários e manuais de redação elaborados e circulantes em território nacional. A discussão é elaborada no entremeio de duas perspectivas: Análise de Discurso e História das Ideias Lin�guísticas. Para tal investigação, foram selecionados recortes de obras de Joaquim Mattoso Câmara Jr., Antenor Nascentes, Arcy Tenório d’Albuquerque e Gilberto Freyre, em que se diz sobre a cristalização de expressões e sobre seu funcionamento. Desse modo, consideram-se os materiais recortados como instrumentos que corroboram a tecnologia da língua reforçando a busca pela unidade linguística (imaginária) e, consequentemente, a legitimação de constru�ções linguísticas significadas como corretas. Após a análise dos recortes, percebe-se haver nas definições sobre o clichê um fechamento do falar, generalização que se estende ao sujeito que cristaliza; portanto, refletir sobre uma possível tecnologia da língua é auxiliar também os que
se utilizam das técnicas e dos instrumentos, e que acabam por ser significados por ela.
Mediador(a)
Monica Fontenelle Carneiro
UFMA
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Especialista em Língua Inglesa e em Linguística Aplicada ao Ensino da Língua Materna e Estrangeira também pela UFMA, Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Doutora em Linguística e Pós-Doutora em Linguística também pela UFC. Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGLETRAS (Mestrado Acadêmico em Letras) do Campus de São Luís e do Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGLB (Mestrado Acadêmico em Letras) do Campus de Bacabal, assim como professora colaboradora do PPGDIR – Programa de Pós-Graduação em Direito, todos da UFMA. Professora do Departamento de Letras da UFMA, com experiência nas áreas de Letras, Linguística, Linguística Aplicada, tendo especial interesse em Linguística Cognitiva, Linguística Aplicada, Psicolinguística, com foco em Língua(gem), Metáfora, Discurso e Ensino/Aprendizagem de Línguas. Participa, como pesquisadora, dos Grupos de Estudos e Pesquisas GELP-COLIN/UFC, GEPLA/UFC e lidera suas unidades na UFMA. Participa, como autora de capítulos, das obras: (Per)Cursos (Inter)Disciplinares em Letras Vol. 1 (Pontes); Linguagem e Cognição (Insular); Gênero, ensino e formação de professores, Múltiplas facetas da língua(gem) (Mercado de Letras); Linguagem e Cognição: desafios e perspectivas contemporâneas (Mercado de Letras); Linguagem, cultura e discurso – PGLB (Pedro e João Editores); bem como Direito e Desenvolvimento na Amazônia – PPGDIR/ PROCAD, Estudos da Linguagem: da descrição linguística a suas interpretações – PGLETRAS; Ensino de línguas e práticas discursivas: múltiplos olhares – FAPEMA/ CNPq; Linguagem e Pensamento: pesquisas, reflexões e práticas; Ensino de línguas e discurso, dentre outras publicadas pela EDUFMA. Participa, como organizadora, das quatro últimas.