Processamento gramatical
Participantes
Kyvia Fernanda Tenório da Silva
UFAL
Doutoranda em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas. Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (2020). Bacharel em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (2017) e graduada em Letras pela Universidade Federal de Alagoas (2012).
Sessão de pôsterProcessamento gramatical
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A IDENTIFICAÇÃO DA FALA INTERNA POR MEIO DA ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE E DA ENCEFALOGRAFIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Coautores: Susana Carvalho; Miguel Oliveira Jr.
O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão de escopo sobre a identificação da fala interna por meio da eletromiografia de superfície e da encefalografia. Foi realizada uma busca nos últimos 5 anos (2015 a 2020), utilizando-se descritores em inglês e português, organizados de acordo com a seguinte sintaxe: (“silent speech” OR “inner speech” OR “covert speech” OR “self-talk” OR “imaginary speech”) AND (electromyography OR electromyographies OR “surface electromyography” “electromyographies, surface” OR “electromyography, surface” OR “surface electromyographies” OR electromyogram OR electromyograms OR electroencephalography OR EEG OR electroencephalogram OR electroencephalograms), sem incluir citações e patentes em diferentes bases de dados. A conceituação de fala interna diferiu entre os estudos incluídos nesta revisão, mas teve similaridade quanto à ausência de som e de movimento articulatório. O propósito das pesquisas que analisaram os biossinais da eletroencefalografia e/ou eletromiografia de superfície na fala interna comparando ou não com a fala audível era desenvolver sistemas que fossem controlados pelo processamento mental da língua, faz-se necessário adotar uma metodologia que considere os aspectos segmentais e prosódicos da língua e não somente os segmentais.
Palavra-chaves: Eletroencefalografia. Eletromiografia. Fala interna.
Ana Paula Rabelo de Freitas
UFMG
Graduada em Letras pela UFMG. Mestranda no Programa de Estudos Linguísticos (PosLin)/UFMG na área de Linguística Teórica e Descritiva, linha de pesquisa: Estudo da Variação e Mudança.
Sessão de pôsterProcessamento gramatical
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GRAMATICALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO [DORMIR + PARTICÍPIO] PARA MARCAR NOÇÃO ASPECTUAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Este trabalho apresenta um estudo pancrônico do processo de gramaticalização da construção [dormir+particípio] para marcar noção aspectual no PB. A hipótese, cuja (in)adequação será testada contra os dados empíricos, é a de que em construções como “A porta dormiu aberta” o verbo se apresenta com um item funcional (verbo de ligação) para marcar aspecto, deixando de ser, portanto, um item lexical. Consideramos o fenômeno da gramaticalização sob a ótica que integra a teoria funcionalista à cognitivista, através da abordagem da gramática de construções. Consideramos que fatores cognitivos, sintáticos e semânticos estejam envolvidos no processo de reanálise do verbo, que perde sua propriedade predicadora, que se desloca para o termo à sua direita, conforme proposto por Castilho (2020). O Corpus do Português foi eleito para compor a amostragem linguística, além da rede social Twitter, pela característica de informalidade dos textos, por reportar narrativas de fatos cotidianos e por refletir a língua em uso da forma mais atual e informal possível. Os dados serão analisados qualitativamente à luz dos princípios propostos por Hopper (1991) e quantitativamente considerando os dados extraídos do Corpus do Português. As reflexões empreendidas até o presente momento parecem sinalizar que se trata de uma construção gramaticalizada bastante produtiva na língua e multifuncional, na qual quem predica é o termo predicativo e não o verbo, fato que corrobora a hipótese da gramaticalização.
Palavra-chaves: Gramaticalização. Aspecto. Verbos de Ligação.
- Sessão de pôster
Processamento gramatical
Resumo » Marilene Gonçalves Dias Machado
A ABORDAGEM NA NOÇÃO ASPECTUAL DO VERBO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Este estudo trata da abordagem da categoria aspectual na educação básica, considerando o aspecto verbal uma categoria importante na produção de sentido do texto e na compreensão textual. A metodologia para a realização desse trabalho consistiu pesquisar sobre o ensino da classe verbal na educação básica e a abordagem dessa classe feita pelas gramáticas, além de coletar dados com aplicação de atividades relativas ao aspecto verbal a alunos do primeiro período de Letras e de Pedagogia da PUC Minas, seguida de análise das repostas apresentadas. A coleta de dados possibilitou a análise da percepção dos alunos em relação ao aspecto verbal, cujo objetivo foi demonstrar a forma como os alunos, que já concluíram a educação básica lidam com a categoria aspectual do verbo. Ao fim do trabalho, os resultados obtidos mostraram que o aspecto verbal, geralmente, não é abordado na educação básica e que essa falta de abordagem trouxe limitações no entendimento dos tempos verbais, na interpretação textual e na produção de sentido do texto, por parte dos alunos, que participaram dessa pesquisa. Porém, alguns deles perceberam duratividade nas ações expressas pelos verbos, nos textos apresentados, mas não alcançaram entendimento dessa percepção. Esse comportamento foi atribuído à língua internalizada, pelo fato de o aspecto verbal ser uma categoria de uso constante na língua portuguesa.
Palavra-chaves: Verbo. Aspecto verbal. Produção de sentido. Ensino básico.
Elisabete Luciana Morais Ferreira
UnB
Elisabete Ferreira é estudante de Doutorado em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) na Universidade de Brasília (UnB). Sua área de estudo é a Linguística Gerativa, com foco em sintaxe, em uma perspectiva formal. Possui interesse nos seguintes temas: sintaxe, concordância, predicação secundária, adjetivos, small clauses, teorias de predicação e contribuições da Linguística ao ensino na Educação Básica.
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Resumo » Elisabete Luciana Morais Ferreira
A CARACTERIZAÇÃO DOS DEPICTIVOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Coautora: Bruna Elisa da Costa Moreira
O trabalho objetiva descrever as possibilidades de orientação dos predicados secundários depictivos no português brasileiro (PB) e revisitar a distinção “stage-level” e “individual-level” no âmbito da predicação secundária. Boa parte da literatura sobre depictivos no PB concentra-se no fato de que esses predicados se orientam comumente para sujeito e para objeto direto e na hipótese de que eles veiculam uma leitura tipicamente “stage-level”, isto é, transitória (cf. Foltran 1999; Carreira 2008, 2015). No presente trabalho, mostramos que as possibilidades de orientação dos depictivos no PB não se restringem a sujeito e objeto direto, discutindo dados em que o “host” do depictivo pode ser um objeto indireto em construções bitransitivas, um locativo, um instrumental, um argumento implícito em passivas ou um argumento introduzido por “by-phrases”. Com isso, constatamos que a distribuição dos depictivos no PB se assemelha mais ao que ocorre em línguas como o esloveno (Marušič et al. 2003), que também permite várias possibilidades de orientação, do que em línguas como o inglês, que é extramamente limitado quanto às possíveis orientações desse predicado secundário. Também atestamos a ocorrência de depictivos do tipo “individual-level”, de leitura não transitória, no PB, seguindo McNally (1993) (cf. Ferreira 2020), possibilidade pouco explorada na literatura. Em suma, este trabalho contribui com dados novos do PB e com a discussão sobre a variação translinguística de depictivos.
Palavra-chaves: Predicado secundário. Depictivo. Orientação. Stage-level. Individual-level.
Kátia Solange Fraifer Palhano lopes
UMinho
Nasci em Natal/RN, sou formada em Letras, português/inglês, especialista em educação de jovens e adultos e psicopedagoria pela UFRN. No momento estou cursando o doutorado em ciências da linguagem, com especialidade em análise do discurso na Universidade do Minho, Braga/PT
Sessão de pôsterProcessamento gramatical
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DISCURSOS DE TOMADA DE POSSE PRESIDENCIAL E CONSTRUÇÃO DOS OBJETOS DISCURSIVOS. BRASIL E PORTUGAL EM TEMPOS DE DEMOCRACIA
Nosso objetivo é apresentar a nossa investigação, no âmbito da dissertação de doutoramento em análise do discurso que estamos a realizar.
Definimos como objeto da nossa análise os Discursos de Tomada de Posse Presidencial, em Portugal e no Brasil. O corpus selecionado para análise é constituído por dezesseis Discursos de Tomada de Posse dos Presidentes eleitos democraticamente em Brasil, de 1990 até 2015 e em Portugal, de 1976 até 2016. Numa perspectiva comparada, nosso trabalho pretende identificar, descrever e explicar a construção dos objetos de discurso mais frequentes nos discursos dos presidentes brasileiros e portugueses, a partir da análise do processo de referenciação que se estabelece centralmente no discurso. O quadro teórico se constitui dos postulados da Análise Textual dos Discursos – ATD (Adam, 2011), aos pressupostos da Análise do Discurso (AD), ou melhor na análise dos discursos tal como é desenvolvida atualmente, em diálogo com os estudos sobre argumentação no discurso – Amossy (2007, 2012, 2018 [2018] e com a abordagem enunciativa dos Pontos de Vista (PDV) – Rabatel (2005, 2007, 2016, 2018). Destacamos ainda, a dupla contribuição dos estudos de Charaudeau (2002, 2005, 2008, 2009,2010, 2016) acerca do gênero textual discurso político e de Maingueneau (1993, 2006, 2015), assim como, os contributos teóricos de Benveniste (1989) em razão da centralidade da problemática da enunciação.Palavras-chave: Discursos de tomada de posse presidencial.Gênero de discurso.Argumentação.Referenciação.
Pablo Machel Nabot Silva de Almeida
PUCRS
Doutorando em Letras/Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS desde 2019 e Bolsista CNPq. Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística – PROLING da Universidade Federal da Paraíba – UFPB em 2016, tendo sido Bolsista CAPES, e Graduado em Letras – Licenciatura Plena em Língua Vernácula (Portuguesa) e Inglesa pela UFPB em 2012. Trabalha e desenvolve pesquisas na área de Teoria e Análise Linguística e nos campos da Psicolinguística Experimental e do Processamento Linguístico, da Biolinguística, da Neurolinguística, da Neuropsicolinguística e da Neurociência Cognitiva da Linguagem. Atualmente, é membro e pesquisador do Grupo de Estudos em Neurolinguística e Psicolinguística – GENP e também é integrante do Núcleo de Pesquisa sobre Aquisição e Processamento Cognitivo da Linguagem, os quais são sediados na Escola de Humanidades – EH da PUCRS e coordenados ambos pela Profª. Drª. Lilian Cristine Hübner, sua atual orientadora do doutorado, de modo que exerce suas pesquisas junto ao Instituto do Cérebro – InsCer da PUCRS. Ademais, é membro honorário e pesquisador colaborador, desde 2013, do Laboratório de Processamento Linguístico – LAPROL e do Grupo de Estudos em Processamento Linguístico – GEPROL, ligados ao PROLING e ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA da UFPB, estando ambos sob a coordenação do Prof. Dr. Márcio Martins Leitão e Vice-coordenação do Prof. Dr. José Ferrari Neto, tendo sido este o seu orientador do mestrado na UFPB e que, nos dias de hoje, é o seu coorientador do doutorado na PUCRS. Enfim, foi aprovado e classificado em 3º lugar na classificação geral da seleção do doutorado em Letras, na Área de Concentração em Linguística, no certame de 2018 da PUCRS, bem como foi campeão do concurso de comunicação científica, em formato Science Slam, SUA PESQUISA EM 6 MINUTOS na Categoria Linguística, durante evento interinstitucional realizado entre os programas de pós-graduação em Letras (PPGLs) da PUCRS e da UFRGS em 2019.
Sessão de pôsterProcessamento gramatical
Resumo » Pablo Machel Nabot Silva de Almeida
A INFLUÊNCIA DA RESTRIÇÃO SINTÁTICA DO PRINCÍPIO C E DO MECANISMO DE BUSCA ATIVA SOBRE O PROCESSAMENTO CORREFERENCIAL CATAFÓRICO PRONOMINAL EM PORTUGUÊS BRASILEIRO
Esta pesquisa em Psicolinguística Experimental investigou o processamento correferencial catafórico do pronome pleno em Português Brasileiro (PB) por meio de um experimento que utilizou a técnica experimental on-line da leitura automonitorada (self-paced reading), procurando determinar se o Mecanismo de Busca Ativa, doravante MBA, é operante em PB e se a restrição sintática inerente ao Princípio C da Teoria da Ligação (CHOMSKY, 1981) juntamente com os traços-phi (φ) de gênero interferem na ação do MBA junto à computação de tais relações (cf. ALMEIDA, 2016). Os resultados apontam para a não manifestação do MBA em PB diferentemente do constatado em inglês. Isto é uma evidência de que o processamento correferencial catafórico é mais orientado por uma postura bottom-up em PB. Os dados revelam também que o processamento correferencial catafórico é sensível ao Princípio C que bloqueia a correferência catafórica. Enfim, conclui-se que o parser processa a correferência catafórica de modo restrito e acurado gramaticalmente em termos morfossintáticos e conforme uma orientação de processos mais genuinamente bottom-up em Português Brasileiro (PB).
Palavra-chaves: Processamento Correferencial Catafórico. Mecanismo de Busca Ativa. Princípio C. Traços-Phi (φ) de Gênero. Pronome Pleno