Variação morfossintática
Participantes
Humberto Borges
UFJ
Humberto Borges
UFJ
Humberto Borges é professor adjunto de Linguística e Formação de Professores de Língua Portuguesa da Universidade Federal de Jataí (2020-atual), onde também atua como coordenador de Ações Afirmativas (2021-atual). É doutor em Linguística pela Universidade de Brasília (2014-2019), com estágio de pesquisa de um ano na University of Michigan (Estados Unidos, 2016) e cursos de verão na University of Crete (Grécia, 2017). Tem pós-doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (2019-2020). Suas pesquisas principais fornecem uma nova interpretação da história do português brasileiro, especialmente em Goiás, a partir de análises linguísticas e sociais inovadoras de documentos históricos. Embora sua pesquisa focalize uma variedade linguística do português brasileiro, seu objetivo mais amplo é descrever e explicar as regras gerais que codificam os princípios universais e a diversidade de estruturas linguísticas da Gramática Universal, assim como os aspectos psicolinguísticos envolvidos no processo de mudança sintática induzida por contato linguístico.
Comunicação oralVariação morfossintática
Resumo » Humberto Borges
VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGUÍSTICA NA PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA GERATIVAGRAMÁTICA GERATIVA
Este artigo discute dois processos comuns às línguas naturais, quais sejam, variação e mudança, a partir da perspectiva da linguística gerativa, que concebe a capacidade da espécie humana de adquirir línguas como uma dotação genética. Mais especificamente, este artigo oferece uma reflexão sobre os pressupostos teóricos envolvidos nos conceitos de variação e mudança, apresentando o tratamento e desenvolvimento desses conceitos e conceitos paralelos em duas etapas da Gramática Gerativa: a teoria dos Princípios e Parâmetros e o Programa Minimalista. Contra modelos teóricos que defendem a possibilidade de transmissão linguística irregular e certa gradualidade no processo de mudança sintática, os argumentos deste trabalho estão muito mais em consonância com uma visão de descontinuidade para o processo de mudança sintática do que aqueles que concebem uma aquisição imperfeita da linguagem para explicar a mudança sintática.
Palavra-chaves: Variação linguística. Mudança sintática. Gramática Gerativa.
- Comunicação oral
Variação morfossintática
Resumo » Aline Berbert Tomaz Fonseca Lauar
A OPOSIÇÃO ENTRE A VARIANTE NÃO-PADRÃO E A ANÁFORA ZERO NA VARIAÇÃO DO OBJETO DIRETO ANAFÓRICO
Coautora: Lilian Coutinho Yacovenco
O presente trabalho, fruto da pesquisa de mestrado concluída no ano de 2015, objetiva des-crever e analisar a variação do objeto direto anafórico na cidade de Vitória- ES, observando os encaixamentos sociais e linguísticos das variantes pronome lexical e anáfora zero, já que as consideramos opostas quanto à regra gramatical do preenchimento do objeto direto anafórico. A forma pronominal é tida pelos gramáticos (ROCHA LIMA, 1983; BECHARA, 2004) como erro gramatical, forma que deve ser evitada, estigmatizada em orações com cacofonia (Amo ela) enquanto a anáfora zero mostra-se como a forma menos marcada, não estigmatizada, não mencionada pelos gramáticos. Em decorrência dessa oposição, decidimos focar nossa atenção ao estudo dessas duas variantes. Para tanto, baseamo-nos na teoria da variação e mudança linguística de Labov (2008 [1972] e analisamos 46 entrevistas tipicamente labovianas que compõe o Projeto PortVix (Português falado na cidade de Vitória), dando aos dados encon-trados tratamento estatístico por meio do programa computacional GoldVarb X. Os resultados demonstram que o pronome lexical possui encaixamento linguístico muito forte: referente cu-jos traços semânticos são [+humano] [+ animado] e [+específico], retomada de um referente pronome, com função de sujeito da oração e que esteja no singular não contável, cujos falantes tenham menor escolaridade. Já a anáfora zero, inovadora, vem ganhando espaço no cenário linguístico nacional, é favorecida pelos traços [-humano
Palavra-chaves: Variação. Objeto direto anafórico. Variedade capixaba.
Roberta Pereira Fiel
UNESP/IBILCE
Roberta Pereira Fiel
UNESP/IBILCE
É licenciada em Letras (Português/Inglês/Italiano) e mestre em Estudos Linguísticos pela UNESP/IBILCE – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, campus de São José do Rio Preto. Atualmente é doutoranda do programa de pós-graduação em Estudos Linguísticos na mesma universidade. Atua na área de Linguística, com ênfase em Fonologia Prosódica. Seus estudos tematizam a organização prosódica do Português Brasileiro, as relações entre enunciados falados e escritos, bem como questões de oralidade e letramento, particularmente por meio da investigação de segmentações não-convencionais de palavras escritas. E-mail para contato: roberta.fiel@unesp.br
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Resumo » Roberta Pereira Fiel
O PAPEL DOS QUATRO ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II NA VARIAÇÃO DA PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL
Neste trabalho, buscamos investigar o papel dos quatro anos do EF II na variação pronominal entre as formas “nós” e “a gente” e na variação gráfica entre “nós” / “nóis” e “a gente” / “agente” em textos escritos por alunos de uma escola do interior de São Paulo. Para tanto, selecionamos, do Banco de Dados de Escrita do Ensino Fundamental II, 1302 textos de 60 sujeitos que produziram textos escritos em todos os anos do Ensino Fundamental II. Para análise dos dados, assumimos uma concepção heterogênea de constituição da escrita, a qual prevê o encontro entre práticas sociais do oral/falado e do letrado/escrito. Por meio de modelos estatísticos, chegamos a resultados que apontam que os quatro anos do EF II não têm efeito sobre o uso da forma conservadora ou inovadora. No que diz respeito ao uso convencional e não convencional dos pronomes de primeira pessoa do plural, as análises mostraram que os quatro anos do EF II contribui para o uso convencional, e, consequentemente, para o uso da grafia “nós” e “a gente”. A partir da perspectiva de escrita assumida, interpretamos que os resultados descritos são efeitos de entrelaçamento de práticas letradas/escritas e orais/faladas que constituem os sujeitos da linguagem e os seus papéis na sociedade.
Palavra-chaves: Variação. Anos escolares. Práticas sociais. Letramento. Oralidade.
Welber Nobre dos Santos
UFMG
É graduado em Letras Português pela Universidade Estadual de Montes Claros. Possui Mestrado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais, na Linha Pesquisa Estudo da Variação e Mudança Linguística. Atualmente, é aluno de Doutorado nesta mesma universidade, no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (POSLIN).
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Resumo » Welber Nobre dos Santos
DISCUTINDO A ATUAÇÃO DOS NOMES GERAIS NA PRESENÇA/AUSÊNCIA DE CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO NO PORTUGUÊS MONTES-CLARENSE
Coautora: Eduardo Tadeu Roque Amaral
O nosso principal intento neste artigo é avaliar a atuação da categoria dos nomes gerais no fenômeno variável constituído da presença/ausência de concordância nominal de número no português falado no município de Montes Claros – MG, valendo-nos dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]; WEINREICH, LABOV, HERZOG, 2006 [1968]). Os nomes gerais são elementos cuja principal característica é o pouco conteúdo semântico, já que vinculam uma intensão mínima e possuem uma extensão máxima (KOCH; OESTERREICHER, 2007 [1990]). A partir das contribuições de Amaral e Ramos (2014), partimos da hipótese de que esses nomes são propulsores da ausência de concordância no SN. Os nomes gerais que identificamos em contexto de plural no corpus são: pessoa, coisa, trem, povo, negócio e cara, sendo que trem, povo e cara não receberam a marca de concordância em nenhuma das ocorrências. Verificamos que pessoa favorece a manutenção da concordância em relação a coisa e negócio. Além disso, os nomes gerais com traços [+animado] e [+humano] favorecem a aplicação da regra de concordância em relação aos que possuem traço [–animado]. A relevância deste estudo está no fato de contribuir para a descrição do português montes-clarense, ainda pouco explorado numa abordagem variacionista, e de contribuir para os estudos do léxico, tendo em vista as propriedades linguísticas dos nomes gerais, categoria de nomes que se situa entre o léxico e a gramática.
Palavra-chaves: Concordância nominal de número. Português montes-clarense. Nomes gerais.
Cibelle Corrêa Béliche Alves
UFMA
Professora Adjunta II do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA). Possui doutorado em Linguística (área de concentração Língua e Sociedade). É coordenadora do Projeto VarSint: variação morfossintática com base no português maranhense. É integrante dos projetos de pesquisa Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA), com pesquisas e orientações no âmbito da descrição e análise linguística. E-mail: cibelle.beliche@ufma.brComunicação oralVariação morfossintática
Resumo » Cibelle Corrêa Béliche Alves
CONSIDERAÇÕES SOBRE O SIGNIFICADO SOCIAL DA VARIAÇÃO DOS PRONOMES DE SEGUNDA PESSOA DO SINGULAR: VARIEDADES MARANHENSE E BRASILIENSE
Coautoras: Carolina Queiroz Andrade, Maria Marta Pereira Scherre
O português brasileiro exibe pelo menos quatro formas pronominais para se dirigir a um interlocutor – você, ocê, cê, tu fala, tu falas –, formas essas sintetizadas em Scherre et al (2015) que, com base em diversas pesquisas, propõem a organização de um mapa com seis subsistemas pronominais de segunda pessoa do singular. Entre as variedades que compõem o mapa, temos São Luís/MA, com base em Alves (2010, 2015), que registrou 39% de tu em entrevistas geolinguísticas, e 83% de tu em gravações de conversas espontâneas não-ocultas. Em Brasília/DF, temos registros de tu em 72% em conversas espontâneas ocultas, com falantes de 15-19 anos, quase todos do sexo masculino (LUCCA, 2005); 12% em conversas espontâneas não-ocultas, com falantes de 14-48 anos do sexo masculino e feminino (DIAS, 2007); e de 31% em entrevistas sociolinguísticas motivadas, com falantes de 7-14 anos, de ambos os sexos (ANDRADE, 2015). Partindo desses resultados, focalizamos os pronomes de segunda pessoa, sobretudo, nas variedades maranhense e brasiliense, com o objetivo de evidenciar significados sociais da variação pronominal, com reflexões sobre o controle de dimensões estilísticas e/ou interacionais, em função do tipo de coleta de dados, paralelamente ao controle de variáveis sociolinguísticas clássicas como faixa etária, sexo binário e anos de escolarização dos falantes.
Palavra-chaves: Português brasileiro; Pronome tu; Pronomes de segunda pessoa; Dimensão geográfica; Dimensão interacional.
Mediadores
Maria do Socorro Vieira Coelho
Unimontes
Maria do Socorro Vieira Coelho
Unimontes
Professora de Linguística da Universidade Estadual de Montes Claros desde 1995. Integra o programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras/Unimontes e colabora com o programa de pós-graduação da Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT/Sinop. Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999), Doutora em Língua Portuguesa e Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2010). Pós-Doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2015) e pela Universidade de São Paulo (2018). Participa dos grupos de pesquisa: Linguística Histórica (FaLe.UFMG.CNPq), Dialetologia e Sociogeolinguística (UFOP.CNPq); Mulheres em Letras (FaLe.UFMG.CNPq); Escritoras Brasileiras no Almanaque de Lembranças Luso Brasileiro. (FaLe.Ufmg.CNPq). Colabora com o Projeto para História do Português Brasileiro – MG/UFMG. Suas linhas de pesquisa têm sido em Sociolinguística; Dialetologia; Léxico; Linguística Histórica. Língua Portuguesa e Ensino; Literatura de Autoria Feminina.