Variação linguística
Participantes
Célia Marques Telles
UFPR
Célia Marques Telles
UFPR
Célia Marques Telles, Professora Titular da UFBA, aposentada, atua (PROPAP) como Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Célia Marques Telles
LÉXICO E EDIÇÃO: A CRIAÇÃO LEXICAL
Em linguística histórica o linguista necessita de edições fidedignas para estabelecer o seu corpus de trabalho. Um primeiro problema com que ele se depara, quando ainda não dispõe de edições fidedignas ou de corpora digitalizados, é a preparação de uma edição do texto (LOSE, TELLES, 2017). Nessa direção dois problemas se apresentam: a transcrição da scripta do texto e a compreensão das formas lexicais, algumas vezes de uma língua especial, como é o vocabulário jurídico. Na edição dos Livros do Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia (LOSE; PAIXÃO, 2016; LIVROS DO TOMBO…, 2016, 5v), no campo do léxico, os documentos, além de variantes gráficas, apresentaram variantes lexicais que dificultaram a leitura: eram algumas criações lexicais (GUILBERT, 1967 [1965]) com sufixos nominais (CUNHA; CINTRA, 1985; FREITAS, 2014; RIO-TORTO, 2014), a exemplo de -mento, o de maior índice de ocorrência (pex. louvamento): como no LVT, “[…] osProcuradores daspartes selouuaram paraaValiar aCauza / emGaspar (LVT, 32r, L. 28-30); no L2T, “[…] emrezaõ da avaliaçaõ, que semandafazer das Fazen- / das dos ditos Aggravantes, eprejuizo, que acadahum toca, elouvamentos que para esse effeito sefizeraõ, ao que / tudo sedeferio como pareceo justiça […] (L2T, 97r, L. 22-24) e no L3T, “[…] meteraõ elles partes porvia deLouvamento emPedro Gonçalves / de Mattos mestre deobras depedreiro, eem Francisc.
Palavra-chaves: Linguística histórica. Criação lexical. Livros do Tombo. Português escrito. Brasil Colônia
Amanda de Lima Santana
USP
Sou aluna de doutorado do programa de pós-graduação em Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Cursei meu mestrado e minha graduação (em Português e Linguística) na mesma instituição. Pesquiso a fala de migrantes sergipanos residentes em São Paulo desde o mestrado.
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Amanda de Lima Santana
PADRÕES DE USO DE DIFERENTES VARIÁVEIS LINGUÍSTICAS NA FALA DE SERGIPANOS EM SÃO PAULO
Neste pôster, apresentam-se análises de 27 entrevistas realizadas com sergipanos residentes na região metropolitana de São Paulo – recrutados pelo método das redes sociais (Milroy, 1987 [1980]) – para verificar se sua fala se assemelha mais à variedade paulistana ou à sergipana, a depender: de sua rede de contatos; da idade de migração; de seu sexo/gênero; e de sua escolaridade. Três variáveis linguísticas são consideradas: as vogais médias pretônicas /e/ e /o/ (relógio e coração), as consoantes /t, d/ diante de [i] (saúde e time) e as estruturas de negação (NEG1 ‘Não sei’; NEG2 ‘Não sei não’; NEG3 ‘Sei não’). Baseando-se em Bortoni-Ricardo (2011 [1985]) e Siegel (2010), o estudo pergunta se os sergipanos da rede aberta (mais contato com paulista(no)s), que migraram mais jovens e que têm maior grau de escolaridade tendem a se aproximar mais do falar paulistano. As análises mostram que Idade de migração tem efeito para /e/ e /t, d/, dentro da expectativa, mas não para /o/ – o que pode estar relacionado à influência da complexidade de regras fonológicas no processo de acomodação. Para os usos de NEG, Idade de migração tem efeito contrário: os que migraram mais velhos usam mais NEG1 – o que pode estar relacionado à necessidade do falante de se adaptar mais rapidamente à comunidade anfitriã por migrar com idade considerada economicamente ativa (Souza, 2019). Quanto à configuração da rede, existe uma correlação, dentro da expectativa, apenas para a variável morfossintática.
Palavra-chaves: Sociolinguística. Migrantes. Redes sociais
Oséias de Queiroz Santos
UFMA
Mestrando em Letras pelo programa de Pós Graduação em Letras da Universidade Federal do Maranhão; Especialista em Libras pela faculdade FAMART; Graduado em Letras Libras pela Universidade Federal do Maranhão. Desenvolve pesquisas na área do Léxico, com ênfase no léxico das bebidas.
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Oséias de Queiroz Santos
O LÉXICO DAS BEBIDAS NO MARANHÃO: PERSPECTIVA CONTRASTIVA ENTRE A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A LÍNGUA PORTUGUESA
Este trabalho objetiva apresentar os resultados preliminares de um estudo linguístico mais amplo em andamento que leva em consideração os sinais utilizados pelos usuários da Língua de Sinais Brasileira e sua correspondência em Língua Portuguesa a respeito do universo lexical das bebidas, visando a identificar essas lexias e, por fim, registrá-las. A pesquisa está sendo desenvolvida no município de São Luís-MA, com informantes surdos, maiores de 18 anos, que residem no município e são usuários da Libras. Os sinais foram recolhidos de um corpus de análise, composto por 16 entrevistas, sendo 8 entrevistas com informantes homens e 8 entrevistas com informantes mulheres, de modo diversificado, para a melhor coleta dos sinais referentes aos itens lexicais das bebidas. Assim sendo, a pesquisa tem por base os princípios teórico-metodológicos das ciências do léxico, utilizando como embasamento teórico as pesquisas de Biderman (1981) a respeito da Lexicologia; dos estudos de Barbosa (1995), acerca da lexicografia; e dos estudos linguísticos voltados a língua brasileira de sinais, propostos por Quadros e Karnopp (2004). Espera-se que, com os resultados alcançados nesta pesquisa, mais investigações possam surgir nessa área com vasto campo a ser estudado e, consequentemente, o glossário semibilíngue resultante deste estudo servirá não só como instrumento de pesquisa para os estudiosos da linguagem, mas também para os usuários da língua de modo geral.
Palavra-chaves: Libras. Língua Portuguesa. Léxico. Bebidas. Glossário.
Ewerton Douglas Canuto de Albuquerque
UFAL
Professor do Magistério Superior Substituto de Libras no curso de Letras-Libras: Licenciatura UFAL – (Universidade Federal de Alagoas), Licenciado em Letras com habilitação em Libras pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL (2019), especialista em Libras e Educação da Pessoa Surda pela Faculdade ALPHA em Recife/PE (2019) e mestrando em Linguística pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL (2020). Foi pesquisador bolsista do PIBIC no Projeto Corpus de Libras. Ministra cursos de Libras e possui habilidade técnica em filmagem, interpretação e edição de vídeos em Língua de Sinais.
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Ewerton Douglas Canuto de Albuquerque
UNIDADES FRASEOLÓGICAS NA LIBRAS: UM ESTUDO DESCRITIVO
Coautor: Sergio José da Silva
Este trabalho surgiu a partir das nossas experiências como bolsista PIBIC do Projeto Corpus de Libras, na UFAL, onde trabalhamos com as transcrições dos dados linguísticos por meio do software ELAN. Em nossa pesquisa, propomos uma análise semântica de Unidades Fraseológicas sinalizadas no Corpus Libras, principalmente das Expressões Idiomáticas na Libras. Expressões Idiomáticas são palavras ou sinais de uma língua, cuja tradução para outra língua não pode ser feita de forma objetiva, porque são parte da cultura de uma comunidade de fala. Alguns autores, como Faraco (2005), afirmam que é no léxico que se percebe uma relação mais forte entre língua e cultura. Nas línguas sinalizadas, os sinais constituem o léxico, estruturado a partir dos cinco parâmetros fonológicos do sinal, CM, PA, L, M e MNM. Este trabalho, em andamento, tem o objetivo de descrever expressões Idiomáticas da Libras. Utilizamos três narrativas retiradas do Corpus de Libras da grande Maceió, produzidas por Surdos. Após observadas as narrativas produzidas pelos participantes, percebemos que nem sempre há correlação entre a definição de um sinal e o seu significado no uso da língua. Assim, por ser uma pesquisa inédita e também por sua importância para os estudos em Linguística e sobre o ensino da Libras, buscamos responder a duas perguntas: como estão estruturadas as Expressões Idiomáticas em Libras? E qual a função das Expressões Idiomáticas na produção de léxico em Libras?
Palavra-chaves: Corpus de Libras; Linguística; Expressões Idiomáticas; Libras.
Nabih Mikaely Barbosa Magalhães Ribeiro
UniSantaCruz
Nabih Mikaely Barbosa Magalhães Ribeiro
UniSantaCruz
Nabih Magalhães é Licenciada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa pelo Centro Universitário Santa Cruz de Curitiba. Cursa Pós-graduação em Língua Portuguesa: Redação e Oratória também pela Uni Santa Cruz. Já fez cursos de Divulgação Científica e Ciência Aberta pela Fundação Oswaldo Cruz, é professora da Educação Básica na Rede Pública de Curitiba e faz parte do Grupo de Pesquisa na área de Linguística.
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Nabih Mikaely Barbosa Magalhães Ribeiro
SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA EM SALA DE AULA: UMA ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS.
Coautora: Érica Priscila Wiechorek
O ensino da Língua Portuguesa (LP) no Brasil segue uma tradição normativa cunhada a partir do pensamento e do ensino gramatical, com um valor histórico que impõe normas, reconhecendo esse modelo de fala e escrita como a única forma “correta”. Somente a partir dos estudos da Sociolinguística Variacionista, percebeu-se a necessidade de pensar cientificamente a língua, e isso será possível, por meio de um trabalho sistêmico e conjunto com a disciplina LP na escola. A partir desse ponto de vista, os documentos educacionais (PCN’s, 1998 e BNCC, 2017) apresentam um direcionamento do ensino a partir da variação linguística, mas, essa não é a realidade das salas de aula brasileira. Portanto, analisou-se como instrumental metalinguístico dois livros didáticos de escolas públicas: primeiro foi do 6° ano do Ensino Fundamental II – Tecendo Linguagens: Língua Portuguesa (OLIVEIRA e APARECIDA, 2018). Em seguida averiguou-se o livro do 1° ano do Ensino Médio Esferas das Linguagens (CAMPOS e ASSUMPÇÃO, 2016), cujos estudos voltados à variação linguística apresentam uma incompletude para um aprendizado satisfatório. Por outro lado, é importante que o professor termine a graduação com um arcabouço significativo sobre o conhecimento da Sociolinguística Variacionista para que possa trabalhar essa nova perspectiva em sala de aula, investigação essa que será desenvolvida na próxima etapa da pesquisa. Como metodologia de pesquisa foram feitos levantamentos bibliográficos e análises documentais.
Palavra-chaves: Sociolinguística Variacionista, Materiais Metalinguísticos, Ensino de Língua Portuguesa.
- Sessão de pôster
Variação linguística
Resumo » Mariana Santana Santiago de Oliveira
AS ESTRATÉGIAS DE RELATIVIZAÇÃO NO PORTUGUÊS EM MOÇAMBIQUE: UM ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO
Neste trabalho, buscam-se descrever – a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968) a distribuição das estratégias de relativização e os condicionamentos atuantes implementação das estratégias não padrão na modalidade oral do Português de Moçambique. Para tanto, procede-se ao levantamento de estruturas relativas em um corpus de língua oral recolhido em Maputo. Os dados utilizados pertencem ao projeto Corporaport, da UFRJ. A hipótese que norteia a investigação é a de as que variedades do português apresentam tendências “similares” na produtividade das estratégias de relativização, por conta da atuação de princípios universais da gramática (a generalização do que como relativo “universal” e o esvaziamento semântico de preposições), sendo o contato do Português com as línguas autóctones, um traço característico da variedade moçambicana, um condicionamento com pouca relevância para a implementação das estratégias não padrão. As análises realizadas preliminarmente confirmam essa tendência, já que a escolaridade do informante e condicionamentos morfossintáticos e semânticos são os que efetivamente atuam na implementação das relativas não padrão.
Palavra-chaves: Orações relativas. Estratégias de relativização. Relativas cortadoras.
Natália Fonte Boa Romualdo
UFTM
Oi! Eu sou estudante do 7º período do Curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês na Universidade Federal do Triângulo Mineiro e realizo projetos de pesquisa e de extensão no âmbito do PLE e da variação linguística, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Juliana Bertucci Barbosa.
Sessão de pôsterVariação linguística
Resumo » Natália Fonte Boa Romualdo
PERCEPÇÕES E AVALIAÇÕES SOCIOLINGUÍSTICAS DE APRENDIZES DE PORTUGUÊS BRASILEIRO COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Nos últimos anos, fatores de ordem político-social impulsionaram o interesse do mundo no Português para Estrangeiros (PLE) e, consequentemente, elevaram a procura por cursos de PLE para aprender, inclusive, a variedade brasileira. Considerando que língua, sociedade e cultura são indissociáveis, entendemos que os estudantes estrangeiros de PLE trazem consigo crenças e percepções sociolinguísticas a respeito da sua língua materna e da língua estrangeira que está adquirindo. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho – que faz parte de um projeto maior intitulado “Português em foco” – é apresentar resultados parciais da aplicação de testes de percepções e crenças sociolinguísticas aplicados a estrangeiros que estudam ou já estudaram o português brasileiro (PB). Para isso, utilizamos três instrumentos da pesquisa: questionário, aplicado via Google Forms, com perguntas sobre perfil acadêmico-social dos respondentes e sobre o que acham do “aprender português brasileiro”; entrevista semi-estruturada, na qual os sujeitos foram questionados diretamente sobre as suas perspectivas e opiniões acerca do Brasil, dos brasileiros e do PB; teste de avaliações subjetivas (escuta fragmentos de falas de brasileiros de diferentes regiões). Este estudo não é exaustivo, mas poderá apontar indícios do que o professor de PLE pode explorar em sala de aula, inclusive para desmistificar algumas visões equivocadas sobre a variedade do PB no ensino de PLE, além de contribuir para os ODS da ONU.