Descrição gramatical – II
Participantes
Maria Claudia Nunes Delfino
PUCSP
Maria Claudia Nunes Delfino é mestre e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com doutoramento sanduíche na Northern Arizona University (USA). Professora de nível superior na Faculdade de Tecnologia de Praia Grande (FATECPG) e desenvolvedora de curriculum na Cambly Inc. Seu principal interesse acadêmico é a aplicação da Linguística de Corpus no ensino e aprendizado de língua estrangeira, especialmente em letras de música, além do estudo da variação linguística em diferentes registros.
Comunicação oralDescrição gramatical – II
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ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL: OS NÚMEROS NA LINGUÍSTICA
A Linguística de Corpus, um dos ramos da Linguística Aplicada, tem como um dos seus cons-trutos metodológicos a análise multidimensional, uma metodologia que leva em consideração a parte quantitativa da linguística, onde grandes quantidades de textos que formam o corpus de análise passam por procedimentos estatísticos. As características linguísticas dos textos são agrupadas em fatores de acordo com sua coocorrência nos textos que, ao serem interpretados linguisticamente, são chamadas de dimensões. Essa abordagem metodológica teve início na década de 80 com o linguista Douglas Biber nos Estados Unidos implementando o que cha-mamos abordagem americana da Linguística de Corpus. No Brasil, esta abordagem é desen-volvida tanto em textos em língua inglesa, portuguesa, alemã e espanhola e o LAEL na PUC-SP é o polo de desenvolvimento desta metodologia. O presente trabalho é uma revisão de lite-ratura dessa abordagem que a princípio foi desenvolvida para análise gramatical / funcional e, hoje em dia, já há trabalhos na área lexical, semântica e colocacional.
Palavras-chaves: Análise Multidimensional. Linguística de Corpus. Abordagem Metodológica.
Adriana Maria Tenuta de Azevedo
UFMG
Possui doutorado em Estudos Linguísticos (2005). É professora da Faculdade de Letras (FALE) da UFMG desde 1994 e atua no Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos (Poslin) desde 2010. Desenvolve pesquisa em Linguística Teórica e Descritiva, nas perspectivas funcional e cognitiva. Foi coordenadora do CEI- Curso de Especialização em Ensino e Aprendizagem de Inglês, da FALE/UFMG e coordenadora institucional do PNLD -LEM 2011; coordena o Núcleo de Estudos da Língua em Uso (NELU), da FALE; a linha de pesquisa dos Estudos da Língua em Uso, do Poslin; o Grupo de Pesquisa GRAMALU, do CNPq e o Centro de Extensão (CENEX) da Faculdade de Letras da UFMG. É membro do GT de Linguística e Cognição da ANPOLL desde 2014. É membro da Comissão de Linguística e Cognição da ABRALIN, desde de 2020.
Comunicação oralDescrição gramatical – II
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O PARTICÍPIO PRESENTE COMO PRÉ E PÓS-MODIFICADOR DO SINTAGMA NOMINAL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA PRODUÇÃO DE APRENDIZES E DE FALANTES NATIVOS DO INGLÊS
Coautora: Stefânia Aparecida de Lima Silva
Este artigo investigou comparativamente a produção escrita de aprendizes brasileiros e de falantes nativos de inglês quanto ao uso de pré e de pós-modificadores do SN realizados pelo particípio presente -ing. Objetivou-se um levantamento quantitativo das ocorrências desses elementos no corpus de aprendizes CorIsF-Inglês e no corpus de falantes nativos LOCNESS, ambos compostos por textos acadêmicos. Para o tratamento dos dados, foi utilizado o software AntConc. Foram encontradas mais ocorrências de -ing modificadores, tanto pré quanto pós, pelos falantes nativos em relação aos aprendizes. O nível de proficiência linguística dos aprendizes (de A2 a B2 do QECRL3) não sendo condizente com a produção de SNs mais complexos pode explicar essa parte dos resultados. Considerando-se as gramáticas de L1 e L2 dos aprendizes, o particípio presente (-ndo e -ing, respectivamente) desempenha a função sintática de pós-modificador de sintagma nominal em ambas. Porém, essa forma não finita do verbo ocorre como pré-modificador apenas no inglês. A outra parte dos resultados revela que os falantes nativos empregaram a forma -ing como pós-modificador proporcionalmente cerca de 2 vezes mais do que os aprendizes brasileiros. No caso da pré-modificação, verificou-se que os falantes nativos utilizaram 4 vezes mais itens marcados por -ing do que os aprendizes. Essas diferenças numéricas encontradas nos dados foram analisadas como influência da L1 sobre a L2 dos aprendizes brasileiros.
Palavra-chaves: Modificador de sintagma nominal. Particípio presente. Aprendizes de inglês como L2
Paula Tavares Pinto
UNESP
Paula Tavares Pinto
UNESP
Docente e Pesquisadora na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, campus de S.J.do Rio Preto.
Comunicação oralDescrição gramatical – II
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THE SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS (SDGS) WORDS ‘POVERTY’ AND ‘SUSTAINABILITY’ IN THE BRAZILIAN RESEARCH: A PRELIMINARY THEMATIC CORPUS-BASED ANALYSIS
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas abordam os desafios globais do planeta como a pobreza, desigualdade e mudanças climáticas. Pesquisadores do mundo todo têm mantido como foco os dezessete ODSs e o inglês tem sido a língua franca (JENKINS, 2014) internacional de divulgação científica. Com o objetivo de realizar uma pesquisa exploratória preliminar, utilizamos o Brazilian Corpus of Academic English – BrACE (TAVARES PINTO, P., REES, G., FRANKENBERG-GARCIA, A., 2021; PINTO et al., 2021), que contém artigos científicos em inglês publicados por pesquisadores brasileiros, para observar como alguns dos temas dos ODSs foram abordados entre os anos de 2017 e 2018. Utilizamos os pressupostos teóricos-metodológicos da Linguística de Corpus (SINCLAIR, 1991; BERBER SARDINHA, 2004; VIANA e TAGNIN, 2011) para observar os temas gerais dos ODSs com o auxílio da ferramenta Sketch Engine (KILGARIFF, 2004) com seus utilitários. Os resultados nos mostraram que alguns temas foram mais discutidos em diferentes áreas, como “sustentabilidade” (sustainability), e outros, como a “pobreza” (poverty), ainda são pouco abordados. Destacamos que o corpus BrACE está sendo atualizado com artigos mais recentes para que possamos ter dados atuais sobre os ODSs, uma vez que estes vêm sendo mais divulgados nos últimos anos. Esperamos contribuir para um panorama mais amplo dos ODSs no Brasil e divulgar os resultados dos estudos brasileiros sobre esses temas internacionalmente.
Palavra-chaves: Inglês com fins acadêmicos. Linguística de corpus. Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODSs). Internacionalização.
Crysna Bomjardim da Silva Carmo
UNEB
Doutora em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Letras/Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Como Professora Assistente, atua na graduação e no Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) do Departamento de Educação – Campus X da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), localizado em Teixeira de Freitas/BA.
Comunicação oralDescrição gramatical – II
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DESCRIÇÃO DE SINTAGMAS NOMINAIS DAS CLÁUSULAS RELATIVAS NA FALA ESPONTÂNEA DO PORTUGUÊS DO BRASIL: OS DADOS DO C-ORAL BRASIL
Os estudos da gramática tradicional costumam dá pouca importância ao nível intermediário que se encontra entre a palavra e a cláusula: o nível sintagmático. Diante disso, este estudo objetiva demonstrar a riqueza da composição desse tipo de estrutura na fala espontânea do PB, bem como valorizar o trabalho “granular” de descrição linguística. Para tanto, elege os dados advindos da pesquisa de Carmo (2017) sobre cláusulas relativas na fala espontânea do português do Brasil (PB), já que os núcleos nominais destas cláusulas são desencadeadores de processos de referenciação; e a perspectiva descritivista de Perini (2006) para observação e análise desses dados. Metodologicamente, esta investigação é orientada pela Linguística de Corpus. Os resultados demonstram que a composição dos SNs dessas cláusulas, apesar de rica, não é uma variável fundamental para a distinção semântica, sintática e informacional dessas cláusulas. Exceto quando o núcleo do SN é ocupado por uma expressão definida como um nome próprio. Conforme Carmo (2017), o que diferencia o binômio restritiva e não restritiva na fala espontânea é a presença ou ausência de certos itens linguísticos na superfície sintática da cláusula relativa que desencadeia um domínio subjacente para delimitação do N antecedente dessa cláusula.
Palavra-chaves: Sintagma nominal. Cláusulas relativas. Descrição linguística. Linguística de Corpus.
Julia Cataldo Lopes
UFRJ
Julia Cataldo Lopes
UFRJ
É mestranda em Linguística pela UFRJ, atuando na linha de pesquisa Linguagem, Mente e Cérebro, com suporte financeiro do CAPES. Se interessa principalmente pela neurofisiologia do acesso lexical, da interface sintaxe-semântica e do processamento morfológico. Seu trabalho está vinculado ao Laboratório de Acesso Sintático ACESIN-UFRJ (www.acesin.letras.ufrj.br), onde, durante a graduação, foi bolsista de iniciação científica (PIBIC/CNPQ). É licenciada em Letras Português/Francês pela mesma universidade, tendo realizado intercâmbio acadêmico na Universidade Lettres Paris-Sorbonne (Paris-IV).
Comunicação oralDescrição gramatical – II
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UM ESTRANHO NO NINHO: O PARENTESCO MORFOLÓGICO ENTRE PALAVRAS
Coautora: Aniela Improta França
Uma das operações linguísticas inevitáveis é a do acesso lexical, que nos permite, com enorme facilidade e rapidez, entender e/ou produzir palavras soltas. Porém, por trás da aparente simplicidade da relação entre forma e significado no âmbito da palavra, há mecanismos que estão longe de serem completamente compreendidos. Neste estudo psicolinguístico de priming, buscamos entender como representamos e acessamos um alvo que, apesar de compartilhar a raiz com seu prime, é estranho à acepção semântica do mesmo. Trata-se de pares de palavras que possuem relacionamento morfológico e semanticamente diacrônico entre si, mas não semanticamente sincrônico, como “refrigerar” e “refrigerante”. Será que, quando acessamos “refrigerante”, enxergamos “refrigerar”? Além disso, como representamos “refrigerante” no nosso léxico mental? Por fim, será que a rota de processamento de “refrigerar-refrigerante” apresenta diferenças em relação a uma rota unicamente semântica, como em “refrigerar-esfriar”, e a uma rota composicional com semântica transparente, como em “refrigerar-refrigerador”? Os resultados apontam para a confirmação da hipótese de modelos decomposicionais, sugerindo: i) novas entradas no léxico mental para palavras como “refrigerante”; e ii) uma relação de identidade entre palavras composicionalmente relacionadas, uma relação mais fraca de referencialidade entre palavras opacamente relacionais e uma relação variável de uso conjunto entre palavras apenas semanticamente relacionadas.
Palavra-chaves: Acesso lexical. Opacidade semântica. Morfologia Distribuída. Teste psicolinguístico de priming.
Mediador(a)
Elisângela Gonçalves da Silva
UESB
É Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (2004) e Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2012). É professora titular do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários e atua no Programa de PósGraduação em Linguística da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. É membro dos Grupos de Pesquisa em Estudos da Linguagem (GPEL/UESB/CNPq), das Estruturas Gramaticais e de Aquisição da Linguagem (UESB/CNPq) e em Linguística Histórica e Sociofuncionalismo (UESB/CNPq). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Gramática, Linguística Histórica e Linguística de Corpus.