Descrição gramatical – I
Participantes
Ana Clara Polakof
Udelar/SNI
Comunicação oralDescrição gramatical – I
Resumo » Ana Clara Polakof
ON VENDLER’S FREE CHOICE ANY
In this short essay, we will provide some contemporary remarks to Vendler (1962 and 1974). We will propose that his characterization of the Free Choice Item any can be properly explained if we take into account an alternative semantics framework. We will assume with Menéndez-Benito (2010) that it is a universal indeterminate pronoun, and with Aloni (2007) that it involves an exhaustification operator to explain its behavior. We will show that, if we take into account this approach, we will be able to explain what Vendler called freedom of choice, lack of existential import, lawlike propositions, among other characteristics. In addition, we will try to do some linguistics in philosophy, and try to explain how a proper understanding of FCI may help to better understand some reference related problems. Finally, we will show that if we take into account a speech act theory, as the one proposed by Searle (1985), we may account for some of the FCI particular behavior with regard to free choice.
Keywords: Free Choice Items. Universal Quantification. Exhaustification. Alternative Semantics. Vendler.
- Comunicação oral
Descrição gramatical – I
Resumo » Letícia Lucinda Meirelles
“O DEPÓSITO ARMAZENOU 25MIL TONELADAS DE MILHO” – UM TIPO DE INVERSÃO LOCATIVA NO PB
Coautora: Márcia Cançado
Neste texto, apresentamos o registro do projeto de pesquisa que estamos desenvolvendo como parte do estágio de pós-doutorado de uma das autoras. O objeto de estudo deste projeto é um subtipo do fenômeno genericamente conhecido como inversão locativa. Esse é um fenômeno sintático-semântico, no qual um sintagma com função semântica de locativo passa a ocupar uma posição pré-verbal, como em sentenças do tipo “nesta casa entrou um ladrão”. Em nossa pesquisa, investigamos a inversão locativa que ocorre com verbos bitransitivos do tipo “armazenar” (“o fazendeiro armazenou 25 mil toneladas de milho no depósito”/ “o depósito armazenou 25mil toneladas de milho”), com o intuito de propor, através do arcabouço teórico-metodológico da Semântica Lexical, qual(is) a(s) propriedade(s) semântica(s) que permite(m) a ocorrência desse tipo de inversão.
Palavras-chave: Semântica Lexical. Inversão Locativa. Classes verbais. Alternâncias verbais. Propriedades semânticas
Karina Carolina Vieira
UFJF
Possui graduação em Licenciatura – Letras Português pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2019). Mestranda em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora. É membro do Núcleo de Investigação em Teoria da Gramática (InTegra- UFJF) e possui interesse pelas áreas de morfologia e sintaxe do Português Brasileiro, sob a perspectiva formalista da gramática.
Comunicação oralDescrição gramatical – I
Resumo » Karina Carolina Vieira
A ESTRUTURA INTERNA DOS PARTICÍPIOS EM PASSIVAS EVENTIVAS E PASSIVAS RESULTATIVAS
Coautora: Prof. Dra. Paula Roberta Gabbai Armelin
Este trabalho discute as semelhanças e diferenças entre passivas eventivas e resultativas (PARSONS, 1990; KRATZER, 2000; EMBICK, 2004; ALEXIADOU e ANAGNOSTOPOULOU, 2008) a partir da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997 etc.). Propomos, que as propriedades verbais e nominais presentes nas duas formações são derivadas da interação entre projeções funcionais no interior da estrutura. Propomos, também, que a camada Asp é responsável por interromper a projeção estendida do verbo, trazendo traços de natureza nominal para a estrutura (Aspn). Além disso, Aspn também tem consequências para a inserção de Voice (KRATZER, 1996). Além disso, a interrupção da projeção estendida verbal por uma camada Aspn requer a entrada de uma nova camada de natureza verbal, que será responsável pelo pelo licenciamento da própria camada T. Daí a necessidade de que um verbo auxiliar seja inserido nessas estruturas para a efetiva continuação da derivação sintática.
Palavras-chave: Particípio. Passiva. Resultativas. Eventivas. Morfologia Distribuída.
- Comunicação oral
Descrição gramatical – I
Resumo » Bruna Elisa da Costa Moreira
CONSTRUINDO ADJETIVOS DISPOSICIONAIS
Neste artigo, baseado em Moreira (2015), proponho uma análise sintática e semântica unificada para explicar a formação dos adjetivos sufixados em -vel no português, os quais denomino dis-posicionais. Analiso o sufixo -vel como um núcleo adjetival que se comporta como um modal dinâmico, com força quantificacional existencial, uma base modal formada por propriedades (introduzidas por frases do tipo “em virtude de”) e uma fonte de ordenamento proposicional, predominantemente estereotípica (BRENNAN, 1993). Sintaticamente, proponho que o sufixo tem comportamento uniforme e seleciona uma projeção não saturada de Voz/Iniciador, como numa operação morfossintática passiva (BRUENING, 2013), ideia que implemento no modelo da sintaxe de primeira fase (RAMCHAND, 2008). Essa proposta dispensa a postulação de duas regras distintas, já familiares no tratamento desses adjetivos em propostas lexicalistas (CHA-PIN, 1967; ARONOFF, 1976; WASOW, 1977; FABB, 1984), assim como de diferentes altu-ras de concatenação do sufixo em uma hierarquia funcional, como em outras propostas sintáticas (NEVINS, 2002; MCGINNIS, 2010; OLTRA-MASSUET, 2014; RESENDE e RECH, 2020). Defendo, assim, que ela permite uma explicação mais adequada e elegante para a derivação dos padrões observados nessa classe de adjetivos.
Palavras-chave: Adjetivos disposicionais. Passivas. Modalidade dinâmica. Morfologia derivacional.
Elisabete Luciana Morais Ferreira
UnB
Elisabete Ferreira é estudante de Doutorado em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) na Universidade de Brasília (UnB). Sua área de estudo é a Linguística Gerativa, com foco em sintaxe, em uma perspectiva formal. Possui interesse nos seguintes temas: sintaxe, concordância, predicação secundária, adjetivos, small clauses, teorias de predicação e contribuições da Linguística ao ensino na Educação Básica.
Comunicação oralDescrição gramatical – I
Resumo » Elisabete Luciana Morais Ferreira
PREDICAÇÃO SECUNDÁRIA DEPICTIVA: SMALL CLAUSE, CONCORDÂNCIA E DERIVAÇÃO
Coautora: Helena da Silva Guerra Vicente
Este artigo relata os principais resultados de Ferreira (2017), dissertação que investiga construções de predicação secundária no português brasileiro (PB), como “O João leu a carta cansado” e “O João comeu a carne crua”, caracterizadas pelo fato de um mesmo argumento ser partilhado por dois predicados: o predicado da oração matriz e o adjetivo, predicado secundário depictivo (cf. HIMMELMANN; SCHULTZE-BERNDT, 2005). Há na literatura um intenso debate sobre essas construções, voltado especialmente a determinar se o depictivo e seu sujeito formam ou não um constituinte small clause (SC) e se, havendo uma SC, seu sujeito seria PRO (cf. WINKLER, 1997). Outra questão importante, mas menos explorada na literatura, refere-se ao mecanismo de concordância operante nessas sentenças. Diante desse cenário, abordaremos neste artigo: (i) argumentos apresentados em Ferreira (2017) em defesa de uma SC adjunta; (ii) a proposta minimalista de derivação dessas construções apresentada pela autora, que assume não haver PRO na SC, e sim o movimento lateral do DP (NUNES, 2004) da SC para uma posição-θ na oração matriz, sendo o núcleo da SC um Asp φ-incompleto, que estabelece com o DP uma relação de Agree (CHOMSKY, 2000, 2001). Tal proposta, entendida como uma consequência da teoria de controle como movimento (HORNSTEIN, 1999, 2001), tem a vantagem de dispensar PRO e unificar o tratamento de concordância no âmbito das predicações primária e secundária.
Palavras-chave: Predicação secundária depictiva. Small clause. Concordância. Minimalismo.
Mediador(a)
Pablo Nunes Ribeiro
UFRGS
Pablo Nunes Ribeiro
UFRGS
Professor de Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua como pesquisador na área de Interface entre Morfossintaxe e Semântica Lexical, com ênfase em processos envolvendo a estrutura argumental dos verbos e a definição de classes verbais no português brasileiro.